11 de dez. de 2016

Era uma árvore de Natal

Sim. Era uma árvore de Nata!
Passo pelas Nações e ele ali está. Aborda os carros, fala...fala e poucos o escutam, no abrir e fechar do semáforo. Escolheu um ponto geográfico. Dali não se distancia. Se apresenta cada dia com uma roupa. Às vezes, até com um chapéu charmoso. Onde dorme? Não sei. Albergue? Casa de passagem? Tem um ninho, só dele?
Na semana passada, me chamou a atenção um coqueiro ornamentado com garrafinhas de suco. Todas iguais e vazias. Amarradas em uma folha seca : nascia a árvore de Natal sustentável. Improvisada, sem o brilho das bolas natalinas, não resistiu à limpeza dos canteiros. Senti certa pena. Havia criatividade, bom humor, gosto pelo belo, na vida simples da sustentabilidade. Mas, ela se foi.
A segunda surpresa me fez sorrir. Não se deu por vencido. Encaixou cartas de baralho nas frestas deixadas, pela poda do coqueiro. E no poste de sinalização, um grande laço de fita. Desses que enfeitam caixas de presente e que se encontra na lata de lixo, depois de guardados nas gavetas e repassados em tantas outras caixas.
Me agarro a pensar na sensibilidade deste homem. Espírito de Natal, no desamparo de um olhar que o enxergue como presença na Avenida, na comunidade. Ele não desiste na alegria da vida.
Pois é....me sobra vontade de ouvir a história deste SER. Que essência perdura nas pegadas deste gesto singular?
A parnoia do medo lacra o vidro e a alma " escutadora".
Abraço. Enfeitemos nossos coqueiros no Natal de todos os dias. Olynda

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