21 de jul. de 2017

Parabéns Luíza





 Parabéns Luíza

O dia amanhece na penumbra, chuvoso, o que nos parece causar um sentimento de melancolia. Não me dou conta do cotidiano sem Sol, nem do céu sem o dourado que alumia a relva. Vou pela estrada buscando vida – a vontade vai à frente do carro, na força que o Amor movimenta. O coração explode na ansiedade de vislumbrar o rosto meigo da aniversariante Luisa. Receberá o mimo deste ano: a cesta de café. Com as mãos estiradas faço a entrega e recebo um cesto de aconchego nos bracinhos que me enlaçam, na gratuidade de criança.
Parabéns querida neta, receba a benção da avó, do Anjo da Guarda e do Menino Jesus. É palavra no poema que nos conta da felicidade, é luz!!! Preces de louvor por sua vida, Luisa. Parabéns aos papais que educam e amam. Beijos mil. Ô delicia começar o dia num rio de ternura.
Na volta me coloquei à direita, calmamente, sem pressa, na fila de carros que se perdia de vista. Vim rememorando o instante dos olhos que sorriam e o sabor do café que se fez poesia. E viva a vidaaaa. Beijão da vovó Olynda








Os Refugiados

Hoje é o ' Dia dos Refugiados". Minha homenagem em poesia e oração.

LÁGRIMAS DE UM POVO ERRANTE, folha solidão,
imagem de sua lágrima.


"Vidas que se acabam a sorrir,
luzes que se apagam e nada mais".
Charles Chaplin

Noite fria , já é manhã -,ainda escrevo.
A música me faz lembrar dos refugiados errantes.
Vidas vão sendo ceifadas pelos mares encapelados.
Ondas se projetam ao céu. Conhecem o inferno,
das almas que navegam.
Nada leva a lugar nenhum.
Quem sou? Um errante? Um rótulo?
Carrego o de “refugiado”. Um número.
Expurgo de um nome, de um rosto sem identidade.
Sonho alimentado no direito à vida.
Um canto, que sintam minha humanidade!
Travessia doída. Mãos se desprendem como
laços de fita seccionadas no sangue da esperança.
Rostos que se distanciam, olhares que se afastam.
No meio do mar - queimam, a pele e a alma.
O sol, a sede, a fome.
Cadê meu menino? cadê meu pai? minha mãe?
Cadê minha boneca, minha bola?
Não desisto dos meus sonhos.
Sou Gente! sou Esperança!

recorte do olhar

Da sessão -No aqui e agora


               Recortes


No meu olhar em recortes
saí pelo quintal do Villa Verde,
tão meu, a fotografar
detalhes da Natureza em Criação.
Longe de um olhar distraído, mas na emoção
de garimpar belezas entre o Céu
e a Terra. A lente curiosa as encontra
no meu jardim e no seu.
Nas formas reveladas, nas cores, no voo dos pássaros
teço minha alma em versos.
Me inspiro no querer ser tocada
no que tenho, no que me faz sentir
pertença deste mundo, onde Deus se Cria e se Recria.
Do sacrário interior, nasce minha oração da manhã.
E dos meus lábios meu Amém.
Bom dia.
Olynda Bassan

Aniversário- Minha mãe










                               Hoje é dia de Ação de Graças.


A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo
    

           Durante o momento da Consagração, reverberando a Partilha da vida de Jesus oferecida, antes da dor, eu me lembrei da minha mãe carregando- me nas entranhas cansadas.
Aproxima-se a hora do parto, ela sente-se pesada, fatigada nos afazeres da casa, da fazenda. O coração parece crescer. Por certo lhe dói as costas, seus pés incham, o chinelo já lhe aperta o peito do pé – arrasta? Caminha lentamente entre os corredores da casa e o jardim de suas flores? Será? Não imagino a D. Malvina devagar, nesta vida. Uma locomotiva - puxa a quem se alinha em seus trilhos. Seus lábios avolumados suspiram pela hora em que a criança nascerá. Já não se acomoda com o peso do seu ventre, mas vai à bica, ao moinho na beira do riacho, onde os vizinhos da fazenda trocam o milho da roça, pelo fubá. E desce a ladeira quantas vezes for necessário. Incansável, esta minha mãe, que desponta como o Sol., no cheiro do pão. Assim foram os partos dos meus irmãos, lá na Fazenda em Bocaina.
Nas mudanças de caminhos, nasci na cidade de Gália. Vida urbana, mas de vida calma, não tinha nada, não. Muitos filhos sedentos de atenção, avós para cuidar e um quintal onde as flores sorriam no florescer. Trabalhava o odor da terra. Inquieta era sua alma. Sempre ia....
Como seriam as minhas roupinhas? Prestimosa como era, elas deveriam estar até engomadas, com rendinhas e “fru fru”. Eram novas? Acho que sim. Antes de mim nascera o Pedro. Ah, poderia ser herdada de uma priminha. Eram muitas as crianças que a parteira “pegava” naquela família. Não, eram novas!
Olhe, acho que tinha Cróstoli para receber as visitas, com um café. Imagina se não!!!! Era véspera de São Pedro. Tradição na família, era fazer esta bolacha. Posso apostar que a minha mãe abriu a massa, “ os foios.” E o meu pai, a fritura. Assim era!
Eu devaneio a pensar na fogueira se consumindo no terreiro de café, iluminando os ares; as espigas de milho douradas chamuscadas pela brasa, a batata doce assando, as bombinhas estourando, bandeirinhas, roda de viola, gritaria da criançada rodeando os quitutes, no sítio em festa. O mastro erguido na ponta do bambu, que o vento balança na fria noite de junho. Minha mãe silenciosa se põe à espera, nas dores que anunciavam desde cedo, a ausência da espera. Não era a festa lá de fora que a preocupava, mas a festa da vida, que se romperia do primeiro útero. Não era novidade, não. Nem sentia o medo de marinheiro de primeira viagem, mas amava...
Sete décadas! Sete, número pleno. Sete vidas tem o gato. Setenta vezes sete, se deve perdoar. Na ciranda destes simbolismos e significados, me incenso na plenitude do nosso Pai, que desce em forma de bênção e sobe aos céus em forma de Oração, neste meu aniversário. A minha oração pela vida, pelo amor, pelos meus avessos, pelos meus retalhos. Me costuro em suas cores, texturas, em alinhavos. Nos meus atalhos me perco e me acho nas incertezas dos mistérios do meu inconsciente. Quantos anos tenho? Os que me faltam? Os que me rondam em aprendizado nos filhos, que me mostram a vida em continuidade?
Minha mãe ... acabou a espera, nasci.
Renasci. Me reinventei mil vezes.
Chorei, sim. Mas tenho ainda o sorriso largo.
A paixão pela vida, me move.
Aqui estou! Pra quê?
Apenas gratidão! Louvor!
Metade de mim é vida,
a outra também.
Cheguei nos ombros que me sustentaram até aqui.
São 70 anos. Obrigada
Heeee, parabéns pra mim rssr
Abraço bem apertado da Olynda.

Lançamento da Antologia Aberta



Convite


É 07/07 sexta-feira às 20h
Local: Teatro Municipal " Celina L. A. Neves"
Solenidade do aniversário da ABLetras.

São 24 anos caminhando entre letras e Cultura. Já, já Jubileu de Prata. Grande evento.
Nesta noite acontecerá o Lançamento da Antologia Aberta 2017.
Seria prazeroso encontrar-me com amigos e parentes na vivência de um sonho - publicação de alguns escritos meus.
Parabéns à ABLletras na pessoa de sua Presidente Rosa Leda Accorsi Gabrielli
.

Aniversário da Academia de Letras de Bauru


Bauru fazendo memória

As festividades do aniversário da ABletras continuam. Tarde charmosa no espaço histórico de Bauru, a nossa Estação Ferroviária.. No crepúsculo a voz do Madrigal RÉGIA, desvendando o lirismo na arte da Literatura e d d da música. Obrigada ACADEMIA. Inauguração da Exposição " Memória da ABletras".

Recado ao progresso

     Recadinho



Ó progresso
Contente- se
Com o quinhão de céu
Que me roubaste
Alma poeta
Se mantém viva
Nos nascentes
Nos poentes
Na névoa
Da madrugada
Não me tire
O frescor da poesia
Bom dia

SPA - Sindrome do Pensamento Acelerado




SPA




Na vinda para São Paulo, lia o livro de Augusto Cury " Maria, a maior educadora da História, onde o autor fala de uma " doença" - SPA. Pois é... Síndrome do Pensamento Acelerado. A mente não para, não se dá um tempo de relaxamento, de sentir o prazer da calma no respirar devagar, de sentir o corpo, meditar, de enxergar a beleza que a envolve.
Pensando bem, tenho a SPA, saudável rsrs. Minha mente pensa em crônica, faz recortes reflexivos em acontecimentos banais, mas que 
se revestem de importância, no olhar do sentido.
Ao descer pelo elevador do idoso percebi que ele é bem mais lento em sua operacionalização. Respeito aos que experimentam a perda da agilidade pela idade, ou deficiência física. Quanto é necessária a acessibilidade - qualidade de vida e direito no ir e vir.
Em seguida enxergo um funcionário do Metrô, com severa deficiência em uma das pernas, amparado por duas muletas e em desafio ao próprio corpo, desce a escada rolante com agilidade. Ele não espera o processo passivamente, avança escada à baixo. Seu semblante era de garra, de quem tem uma missão a realizar.
Assim é a cronista com SPA, enquanto espera, espera, o momento de " pegar" a passagem grátis, escreve sobre os ensinamentos que a vida cotidiana nos presenteia. Simples, assim. A Olynda não será a mesma que chegou - aprendeu a enxergar o sentido na máquina, na pessoa. Volto à leitura
Bom dia
.

Exploradores a postos


                  Exploradores a postos...


   Chácara, festa, música, amigos e um milagre. As crianças romperam o seu cantinho solidão; procuraram caminhos alternativos, onde não sentissem o prazer em uma tela artificial. Perderam o contato com o celular para extrair no pouco que as cercavam, o muito em contemplação, interação com o fantástico da vida real. Apenas se ouvia o som de muita conversa, risos e do balanço no seu nheque, nheque. Elas se revezavam em harmonia – do saber esperar sua vez.
Naquele lugar, as árvores foram cirurgicamente removidas, respeitando a sustentabilidade. Entre as crianças não havia miséria emocional. Não assistiam um programa sobre a Natureza, mas viviam-na em todos os sentidos: na maciez da pelagem dos animais, nas lambidas de carinho, no calor do Sol penetrando entre as copas da árvores, na alegria do amigo e no cheiro da noite, que não se decifra.
Exploravam o lugar, procurando detalhes no aroma, nas cores e nos animais silvestres. De repente corriam para um arbusto para contar os macaquinhos ao alcance das mãos; em outros momentos eram as borboletas que davam o ar da graça, com leveza e suavidade.
Os pais deixaram a liberdade correr solta. Uma vez ou outra, observavam se os exploradores estavam por perto.
A noite foi se aproximando no pôr- do Sol espelhado, pleno de mistérios e encantamento. Pedia para ser fotografado. Quando dei o primeiro click, uma criança me disse: “ O pôr- do- Sol é lindo, né?”
Pude crer que aquelas crianças contemplavam a Natureza, aprendiam a amar e a conservá-la. Se fizeram coadjuvantes da Criação. Um jeito prazeroso de encontrar Deus nas entrelinhas do cotidiano. Transportaram- se do mundinho particular, de olhos cabisbaixos, enterrados, para o olho no olho, para o abraço e para o sentido do ar puro que reinventa o prazer da alma.
Eu as vi em sua criancice.
Olynda Bassan