19 de nov. de 2013

Galho seco, folha verde; esperança


 Queridos amigos. Ao despertar, no dia 13; meus olhos foram se abrindo vagarosamente,  trazendo à minha consciência, este texto estruturado, prontinho.(seria poesia?)  Eu me levantei; abri o computador e simplesmente digitei. Louco, não é? Resolvi partilhar com vocês esta primeira experiência. Amei a figura!!! Os olhos verdes, emoldurando os galhos secos, como se fossem folhas verdes, marcando o campo da esperança; materializa a mensagem da poesia.



                               fonte Google




  Galho seco, folha verde; esperança...



Sentada à beira da estrada

Pé na terra, empoeirada
Caminho a perder de vista                                                           
Como em um sarau
Da natureza, ouço
Acordes, silêncio
Barulho, silêncio, música
Vou pra onde?
Quem sou eu?  Qual sonho?  
Terra plana,
Emaranhados...
Que a vida me prepara?
Eu construo?
Galho seco, folha verde
Esperança...

Poeira, vento no rosto
Chuva, brisa, névoa
Sol que aquece; ilumina caminhos                      
A caravana passa...
Mãos convidam
As minhas me laçam
Galho seco, folha verde
Esperança.

Movimento!!  Eu vou...
Pegadas na terra seca, molhada
Areia, lama
Um passo, outro passo
Distância
Horizonte, arco-íris
Partida e chegada
Galho seco, folha verde   
Esperança

     Eu vou... Eu vou...                                                           
                                                                                     

3 de nov. de 2013

A vida entre Quatro Estações.

 fonte Google


  
   Certa vez eu li no FB. que os mortos recebem mais flores, por remorso. Então comentei: pode ser por amor, também.
Na escola da vida meus pais eram doutores. Sabiam exatamente o dia em que deveriam  plantar, semear as margaridas, as rainha de margaridas, as palmas de Santa Rita para que florescessem na época de Finados. Aquele tapete colorido era colhido de madrugadinha. As braçadas de margaridas,  alvas, como a alma do seu José e da D. Malvina, e as demais flores não eram por remorso, mas uma oferenda de gratidão, de amor aos antepassados.
  No Jardim do Ipê a administração tem a sensibilidade de colocar música clássica, como fundo,  nos envolvendo em uma paz inexplicável. Para muitos pode soar estranho, mas eu me sirvo da sombra de uma árvore e ali fico longo tempo, conversando com o João sobre o passado, presente e o futuro da nossa família. Nossa saudade e nossos sonhos.
   Olho para o entra e sai de pessoas e me pergunto qual seria a história de cada um. Penso na minha também.  É uma cena no plural, mas a essência deste dia, é no singular. A saudade que  aperta, que dói é só nossa. Seu grau depende como as pessoas vivenciaram as Quatro Estações, antes da passagem, antes do ir...  Nós passamos entre as  Quatro Estações  durante a vida cronológica, ou, até mesmo em  um só  dia, em qualquer idade.
 Como aproveitamos a Primavera que Deus nos presenteou? Períodos, onde tudo são flores.  Vamos, aos  poucos, nos recordando da vida que renasceu em cada bebê da família.  As conquistas; sucessos; festas de casamentos; de aniversários; formaturas as quais gostaríamos que fossem eternas. O carro, a casa nova e por aí vai. Saúde!! Nossas viagens, férias. Porém, não temos grandes feitos, todos os dias. O nosso coração não suportaria tantas emoções, nem nosso bolso rsrs.  Neste dia que amanhece, trazendo vida, luz, esperança contamos com nossos amigos, família, nossa Fé que nos amparam, fortalecem,  nos enriquecem. E o que dizer de  outras primaveras  do cotidiano: um banho gostoso, comidinha quentinha. Que delícia escovar os dentes! Um copo de água fresquinha.  Vai me dizer que essas coisas não nos fazem felizes, não colocam cores em nossa existência? Um bom bate – papo, acertando “os ponteiros”, contando as novidades com bom humor. Um sorriso, um elogio, um bom dia, um convite, música. O abraço não pode faltar... Agradecer, louvar a Deus por tudo: é primavera, em qualquer situação.
   Temos época de Verão. Muita luz! Muito calor! Muita energia! Muita coragem! O bom estresse que nos faz caminhar, agir, tomar decisões. Lutar contra injustiças. O calor  da raiva que nos faz conhecer os limites; nossa libertação. A maneira apaixonante com que fazemos nossa caminhada, a qual deveria ser simples e ao mesmo tempo  intensa. Jesus foi tão simples e amou tanto, não é? Costumo dizer que muita luz ofusca nossos olhos. Irradiar esta luz, com humildade, sem ofuscar a luz do outro é   sabedoria, é amar.
    Ninguém foge do Outono, quando as folhas teimam em ficar amareladas, caem; mudam a paisagem. Linda também, mas de outro jeito. O sentimento de abandono, até de tristeza; a gota da chuva que escorre mais ligeira, pois não há rama para atenuar sua queda. Tardes mais tristes, “ventos mais fracos”. Mas, quem disse que aquela árvore não vai novamente ter sua copa verdinha, florida, com os pássaros a cantar? Não as mesmas folhas; outras... Eu gosto do Outono. Na brisa  é que Deus nos fala, na penumbra nos acalmamos.
   E não é que o inverno também chega? Menos luz, dias mais curtos, um frio que envolve a alma, o corpo. Vontade de ficar em casa, quietinha, sem muita prosa. Ausência, silêncio. Se fizermos o caminho para dentro de nós mesmos, podemos nos acolher, nos acalentar com um café, um chocolate, bem quentinho. Colocar uma “meinha” no pé, um cachecol; sentir o calor que nos anima para enfrentar esta fase. Jovens, podem ter seu Inverno, também. Ah! Sou  eu  mesma quem me faço mais aconchegante, viu? O inverno tem o seu encanto, sua poesia. Já me falaram que o idoso volta a ser criança. Que tal sairmos por ai, fazendo algumas artes? Procurando nossa turma, dançando, passeando, conversando, vivendo em comunidade.  Lançando um Blog? rsrs.
    No meu silêncio, imagino a vida dos que se foram pra junto de Deus Pai.  Terão encontrado a paz, ou, continuado na paz em outra dimensão.
  Alguns tiveram mais Primaveras, outros mais  Verão,  Outono, ou mais Inverno. Por eles mesmos?  Pelos outros?  Como saber?

 Acredito que levaremos para o outro lado, apenas as nossas Quatro Estações, vivenciadas na grandeza do amor; o que somos, o quanto amamos e nada mais...

Flores... Por remorso? Se as pessoas deixaram para amar   depois, talvez não tenha dado tempo.  Por reverência? Cada um construiu e reconstruiu a sua trajetória, sua história, como quis,  como soube, ou, como pode. Quem disse que a vida é fácil?

 Uma amiga tem como tradição preparar um delicioso jantar típico de alguma cultura, para homenagear os familiares, amigos que se tornaram invisíveis, jamais esquecidos.  Que jeito interessante de sentir saudades, de amar!

 Por hoje é só. “quem quiser que conte outra”.