27 de mar. de 2019

Treino Funcional

     Treino Funcional

Neste ano me propus a fazer atividades que me causassem prazer e que se enquadrassem ao meu perfil e de preferência perto de onde moro
Atravessei a rua e me encontrei na Fênix GS
Treinamento Funcional que gira, modifica sem rotina . Flexibilidade no horário. A cara da Olynda.
A criatividade, comprometimento e profissionalismo do Gabriel me causa admiração . Conduz o treino com humor e elegância nas orientações, bem como exigente na performa.
Todos os exercícios têm o Plano B, de acordo com os limites das alunas. Não há desculpas para se manter sentada no sofá. Agora vaaai.

Crítica - "Alma em Versos"

Adriana Silva Santiago
Hoje terminei de ler o belíssimo livro de poesias, "Alma em Versos" , da querida amiga, Olynda Aparecida Bassan Franco. Vale a pena! Pura sensibilidade, conexão com o Cosmos, o Amor entre os povos, a solidatiedade, compaixão e amor dos laços. Muito belo! Vale a pena ler!!!!



Arandela




Criação do bauruense Paulo Castellar - Arte em madeira. Faz peças lindas e interessantes.
Amei. Sendo uma luminária retrátil, não me impede de movimentar os livros
Obrigada 
Sucesso




Quando a dor vira palavra



                      Quando a dor vira palavra.



      Li textos em prosa e em versos - manifesto da tragédia na escola de Suzano. O vento espalhou tristeza imensa pelo portão das perdas
Alguns gritando a dor, a incredibilidade, a indignação que arrebata a alma e a consciência do impossível. Outros analisando o comportamento das famílias, dos jovens da geração dos “cliques e botões”. Alienações... Textos muito pertinentes e bem tecidos, entremeio à Psicologia, Filosofia Sociologia, Antropologia, Crenças, mudanças dos novos tempos.
Choramos juntos a fatalidade das famílias, mas jamais a dor inteira das entranhas daquela comunidade
Meu texto versa sobre experiências vividas como Coordenadora, Diretora Escolar, frente aos conflitos que brotavam nas salas de aulas, na área de lazer. Foram fáceis? Lógico que não. Sempre conseguimos saná-los e trazermos o aluno para o seio da escola? Lógico que não. Mas aquele que resgatamos, nos mostrou o prazer de ser educadora. Pessoas tão pequenas e jovens sentiram-se inclusas e mais felizes.
Toda vez que me cai um objeto pequeno das mãos, faço uma reflexão. “ Olynda não o procure no ponto da queda. Ele se foi para baixo dos móveis, atrás das colunas, para longe do seu olhar. Olhando em volta, mais além o achará.
O professor Romualdo do CEFAM, a cada conflito entre aos alunos, entrava na Diretoria e me dizia “ D. Olynda, vamos pesquisar o “foco” da encrenca. Por certo está lá atrás”. Dito e feito. Durante as conversas com os envolvidos, descobria-se que a onda de desarmonia fora se avolumando aos poucos, silenciosamente, sem verbos e substantivos.
Colocando em prática as duas reflexões referidas, no percurso como educadora, tomamos um caminho como mediadora, onde a dor se fazia palavra, onde o coração se abria em confiança. Para não me estender, relato os anos da EE Prof. Joaquim De Michielle. Comunidade também amada para sempre.
Escola complexa.
Quatro classes acolhendo necessidades especiais : surdo/ mudo, Síndrome de Down, Paralisia Cerebral e tantas outras. Recebíamos alunos de duas Casas guardiães de crianças que sofriam abuso, maus tratos. Não tinham como se amarem, terem gosto pela vida, serem gentis. E apesar de tantos desafios, nos sentíamos em paz, no humor e amor da Equipe. Ríamos muito.Trilhávamos o mesmo caminho, sem atalhos. Foco na Educação acolhedora e transformadora. Os demais alunos exercitavam a amar e aceitar as diferenças. Conheciam um outro mundo além do seu quarto.
Quando os professores percebiam alguma fumacinha na classe, que poderiam se tornar incêndios, os alunos envolvidos eram convidados para uma roda de conversa na sala dos professores. De modo descontraído, sem julgamento, desengasgavam suas mazelas, seus mimimis, seus abismos, suas sombras. Não eram forçados ao perdão, nem às desculpas meramente social. Dava-se um tempo para reflexão. Tínhamos um outro encontro. Os alunos se definiam como amigos, ou apenas se respeitariam como colegas. Ouvíamos histórias de bullyng, de desamor, de complexos.
Os alunos já estavam acostumados. Entravam na sala e já diziam : D. Olynda , vamos descobrir o foco do problema. Amoooo rs
A Equipe então passava a observar e traçar novas metas. E que equipe!!!! Amooo até hoje.
Por certo, não conhecíamos as angustias de tantos outros. Também talentos encobertos. Mas, por esse canal aberto de comunicação, muitos conflitos sérios foram prevenidos.
Alunos nos escapavam pelas mãos. Tristemente, não se apegavam aos nossos braços estirados. Não se deixavam amar, serem abraçados. Crianças abusadas chegavam desconfiadas da acolhida; de serem olhadas além da roupinha, do olhar assustado.
Temos consciência de que era pouco o que fazíamos sem contarmos com o apoio de profissionais na área da psicologia, psiquiatria. A escola sente-se impotente diante da complexidade do comportamento de seres tão carentes e mentes intranquilas, que não conseguimos ler. São estimulados pela cultura da morte. Sombras os cobrem e me sentia incapaz para dissipá- las com as luzes da equipe . Sofria.
Ao me encontrar com a Ana, com experiência de moradora de rua, no MASP , ela me dizia : Olynda, eu aceitei mudar de vida. Eu agarrei as mãos que me estenderam. Amigos, meus, não se convenceram que teriam força para trilharem outros caminhos. Alguns já morreram sem saber o que é ser adulto.
Abraço em prece, a comunidade de Suzano.
Abraço com pesar os alunos que ficaram à margem da estrada que gostaríamos que tivessem percorrido. Àqueles que apesar do olhar acolhedor, não descobrimos o jeito de acolher.
Abraço em prece, os alunos que convivem com tanta tragédia e têm ânimo, coragem para continuar acreditando em uma vida de conquista, na Fé, na Esperança do verbo Esperançar.
Voltem!
Tem uma equipe que os ama, com o coração quebrado, mas pronta para costurar os seus tecidos esgarçados pela perda.
Essa equipe precisa da energia de todos vocês.
Olynda Bassan