26 de jun. de 2015

A rara poesia do cotidiano








                                                                                                             Fonte Google




A rara poesia do cotidiano
Para mim, Shakespeare é muito maior do que sua Londres, com suas noites frias e seus dias baços. O poeta cantou em seus versos a universalidade do drama e do amor como ninguém o fez. Talvez por ter bebido de fontes próximas ao seu colega português Fernando Pessoa, quem sabe? Esses dois monstros sagrados da literatura universal disseram bem o porquê de terem existido. Suas obras traduzem as faces de seus valores mais legítimos. Valeu terem vivido e produzido a boa obra. Amaram seus tempos naquilo que viveram intensamente, suas poesias.
Se eu pudesse – logicamente que se tivesse autoridade para tal – juro que faria ser obrigatório aos presidiários do país declamarem poemas como ações redutoras de suas penas. Não sei como se comportaria um serial Killer ao declamar Fernando Pessoa antes de cometer qualquer crime. Se  estamos vivendo uma época distante do simplório tribalismo do passado, estamos também desaprendendo a amar. Falta lirismo ao homem moderno e poesia no seu cotidiano, como também um novo olhar mais humano e misericordioso para com seu próximo. Aprendemos bem demais a sermos egoistas globalizadamente. Vivemos pelas faltas e agimos pelos excesso. A emoção tem sido um bem mórbido que temos usado para viver os dias atuais.
Se furtarmos o amor da necessária e esperada convivência humana, teremos nossas próprias almas roubadas de tudo o que nos for mais essencial ter nessa mesma convivência já deficitária, que é a de hoje. A fé anêmica que exercitamos na atualidade é a principal causa de vivermos em desalegria e desencanto. Estamos nos isolando de Deus e a vivendo  ilhados pela hipocrisia e o egoísmo que alimentamos dentro de nós.
Se não engendrarmos um novo e promissor reolhar nas cousas da vida, padeceremos tanto que nos será capaz, ao banharmos com o luar, olharmos para o céu das noites e sequer enxergarmos as estrelas. Se os desejos importunos estão nos desviando do real compromisso cristão para com a vida, que nossa vontade impere e realize uma obra nova e proveitosa para o convívio de todos.
Amigos continuamos a ter, mas sem a coragem e o compromisso que destilavam nas amizades feitas no passado. Tudo mudou, até a natureza. Não sabemos mais quando nos é conveniente o choro ou a gargalhada.
E por acreditar tanto na vida renovada é que prego essas reformas espirituais para todos nós e nelas me incluo. É cabido a todos promover uma mudança rápida e profunda no modo de vida. O que adotamos nem  sempre presta e está nos levando a maus lugares e péssimas horas. A oração mais forte que podemos exercitar é a traduzida em obras sociais lícitas, convívio são, apadrinhamento responsável. Ao estirarmos as mãos para a ajuda social, estaremos garantindo um suporte digno para quando doutras mãos estivermos necessitando.
 Quem comete o crime é o homem. Portanto, cabe a ele reestruturar-se e reaprender a conviver dignamente. É lícito, pois, fazer-se o poema cheio da poesia da vida e declamá-lo no cotidiano novo que carecemos tecer. A doação, a fraternidade, o amor ao próximo, tudo isso está nós faltando para voltarmos a ser humanos.
Passa pela instituição “família” esse reaprender produtor. Fora dela continuaremos ilhados e tristes e sem rumo algum. A ordem de cada um deve estar na ordem de todos. O amor, portanto, continua sendo a solução mais simples para os nossos mais complexos problemas do cotidiano.

                                                                    Escritor Paulino Vergetti  Neto


Fonte:Jornal "A Comarca"  de Monte Aprazível Paulista


8 de jun. de 2015

Aquela Mulher

          




                                                                                          foto Google


          Aquela mulher!




 Chega  em  seu outono
Que seca pele, marca
Desbota pétalas...
Aquela mulher acoberta entre
Vestes, tecidos e pudor
Seios alvos, macios, roliços
Quase de primavera
Roça o céu da minha boca
Fruta cultivada...
Suculenta, que se morde
No sabor de mulher e perfumes
Degusta-se  bem devagar
Na sedução que incendeia
Desejos  quase  secretos
Revelados pela pele
Que fala de amor, no arrepiar
de   pelos e nuca.
Pernas entrelaçadas
Seios  oferentes
Saudades...
Daquela mulher...


                       Olynda Bassan