14 de mai. de 2018

Qual é o nome da minha saudade?

Qual o nome da minha saudade?
Mãe, D. Malvina


O que é o meu SIM à maternidade, diante do teu SIM?
Apenas o meu enxergar em ti. Amar meus filhos como tu me ensinaste.
O que é a minha garra de viver, diante da tua?
Apenas fragmentos.
O que é o meu sublime silêncio, na tua saudade?
Apenas minha prece pela fonte de vida que foste, D. Malvina.
O que é o meu não, diante de tantas escolhas, tuas?
Apenas o norte para que eu seja feliz nos sins e nas recusas de ser mãe.
O que é meu olhar, diante do teu olhar de tigre?
Apenas pedaços de tuas raízes em mim.
O que é a minha oração diante da tua?
Apenas contas de um terço não rezado.
O que é a minha partilha diante de tuas mão estiradas?
Apenas riscos de luz, iluminando sorrisos.
O que são os meus pés, diante dos teus incansáveis?
Apenas chegadas de um caminho mais curto.
O que é a minha percepção no belo do cotidiano?
Apenas o que me transmitiste com o laço de fita, enlaçando
o buquê de flores do teu jardim, no meu aniversário.
O que é a minha mesa preparada, diante da tua farta de detalhes?
Apenas exemplo de ninho que aconchega.
O que é o meu dia, diante do teu, que tudo cabia?
Apenas recortes de um tempo.
O que é são meus sonhos, diante dos teus?
Apenas brisa que levanta poeiras, desvendando as setas
que desenhaste.
O que é minha reserva de amor, diante do amor de Maria,
que me ensinaste a amar?
O que são minhas letras diante de tua sabedoria, não escrita?
Apenas o teu interior cristalizado no meu.
O teu TUDO no meu apenas...Mãe.
No meu apenas... tudo o que sou...
Uma talha com espaços vazios, a ser preenchida pela água do amor
Materno à Natureza, à humanidade, a ti, aos meus filhos.
Bença mãe. Pelas frestas das nuvens enxergas as tuas crianças.
Teus filhos.
Olynda Bassan
C

9 de mai. de 2018

Minha neta é uma delícia


PARABÉNS 
 Minha neta
Amanhece o dia. Lá vem o Sol em aquarela, tingindo o Céu com o mais belo prisma do Criador.
Em algum risco dourado está escrito - Parabénsparabéns....Valentine. É pic, é pic. Vivaaaa!!!! É o dia de celebrar os 9 anos de sua existência. Uma delícia...é a expressão que a define.
Mesmo longe, sinto o coração pulsar bem de pertinho. O amor é – está – não importa a hora e lugar. Este é o primeiro ano de ausência no seu aniversário, querida Valentine. Receber seu sorriso acordando para mais um ano de sua vida, é tão gratificante. Me revigora.
A vida vai nos dando presentes em abundância nos elos que envolvem os netos. É um cordão de afeto, de amor que não se explica. Apenas se sente e se emociona, e se louva a Deus.
Nas fases da Lua, a vinda da Valentine foi construída antes da fecundação. Cada graveto deste ninho foi lapidado pela mamãe Path, disposto em detalhes, para que acolhesse um amor infindo. E o papai Pedro, junto, parceiro, vivendo o mesmo momento - um só.
Ah, Valentine, tão terna, tão arte, tão carinhosa. Ela tem uma ternura no relacionamento com as pessoas que acalanta. Sua mãozinha é leve como uma pena que roça a pele. Chega a interromper a refeição para beijar os papais. Ama seus amigos e é amada. É de uma fidelidade impar.
O tema deste ano é o “Honra ao Mérito”. Você merece essa medalha com todos os louros. Na pauta da música dos acordes do violão, do som do sapateado, da fala do Teatro, da força do Judô, do estudo, do contato com a Natureza e animais, da espiritualidade, da brincadeira - cresce com responsabilidade e desfruta do belo que a vida oferece. Questionadora, descobre o mundo em curiosos olhares.
Neste ano introduzi a Literatura ao presente solicitado - um livro autografado pelo autor. Ler é divagar em sonhos, em viagens, em caminhos sob a pele.
A escritora Susana Ventura, natural de Santos, nome consagrado na Literatura Infanto – Juvenil, é quem escreveu a dedicatória para a Valentine, com muito carinho e alegria.
Querida Valentine, um abraço bem gostoso. Nele cabe todos que a amam, viu? Seja feliz, seja feliz. Obrigada, obrigada por acarinhar a nossa vida, pelo sorriso que sobe aos olhos.
Bênção de Deus, bênção da “ vó amarela”. Vovó Olynda.

Cadê?


            Cadê?

O sono se foi...a poesia ocupou o espaço... Então bom dia no improviso, sem retoques
A onda do mar no seu vai e vem
se quebra toda, para não machucar ninguém.
Cadê alguém?
A onda do mar se avoluma, vem roncando.
Se faz suave para beijar os pés
atolados na areia.
Cadê pés?
A onda do mar vem dançando,
trazendo conchas para enfeitar
o colo da moça.
Cadê moça?
A onda do mar, no enigma do seu ventre,
se faz leite em espumas, para alimentar a criança.
Cadê criança?
A onda do mar chega transparente, cantando, para alegrar o rosto
com um sorriso.
Cadê rosto?
Apenas um olhar no silêncio.
Na praia vazia, a visita da onda do mar.
Olynda Bassan