28 de jun. de 2018

Novas medidas

Queridos, este poema tem sua historinha também.
Assisti a uma entrevista, onde alguém refletiu sobre nossas novas medidas vistas pelo alfaiate. Na aula da querida Professora Eliane Scucuglia Arruda, do Projeto " Trilhando a Leveza" refletimos sobre o tempo que passa, o Tempo CRONOS E o tempo KAIRÓS. No final da aula nasceu a poesia. Lapidei e a encaixei na reflexão dos meus 71 anos. Em busca do autoconhecimento. Obrigadíssima a todos vocês que se entrelaçam em minha vida. Tenho um pouco de cada um. Sou feliz.
É Pic, é pic!
É níver! É vida!. 


Novas medidas
“ Meu alfaiate é quem mais me conhece”.
“Tira minhas novas medidas”.
Quem sou eu no tempo em metamorfose?
Que medidas não me cabem mais?
Quem se enlaça nos meus elos que
se fecham e em outros que se encaixam?
Será que me enxergas ou
cristalizaste teu olhar em um
instante qualquer, preso no passado?
Olha-me...
Sou o – eu - no agora.
Quantos – eus – conheço?
Sou alma em reconstrução,
no passado que se refaz.
Sou novas emoções...
Olha-me.
Um novo amanhecer no tempo de Outono.
Experimento o anoitecer nas
minhas sombras, na espiral de minha vida.
É a leveza e a robustez por onde transito
Delícia é ser experiência!
Diferentes medidas, outras roupas
vestem – me a alma
Olha-me.
Olho-me
Há energia no contorno deste rosto
vincado por cicatrizes.
Como não as teria?
Busco luz nas frestas de minhas varandas,
com ninhos de pássaros, chocando vida.
Ouço o canto das aves, levitando na liberdade do voo.
Tu assim me enxergas?
Sou prisma, sou fragmentos de cores
que se embaralham em um novo desenho
Olha- me
Olho-me.
Busco - me - em mim.
Quem sou eu?
Trago mundos em minhas medidas,
sonhos na textura flácida da pele,
coração nos passos percorridos,
papel de presente de uma vida abençoada.
Gratidão, alegria, louvor nas palavras que se espalham
em prece.
É meu aniversário. É pic, é pic...
É celebração no sentido que me é a VIDA.
                                              Olynda Bassan