14 de ago. de 2018

A adolescente


      


       A adolescente

      Entre um parágrafo ou outro, vejo de soslaio uma avó e uma neta, sentadas na diagonal do meu banco, em uma viagem pelo interior.
A avó, faz crochê, a menina no celular, sem muita conversa.
De vez em quando a avó admira a paisagem e diz:
-- Que lindo! Olhaaaaaa.....
Sem resposta. Só ela se interessa por aquilo que lhe dá prazer.
De repente, a adolescente oferece um chicletes .
-- Qué vó?
 Ela aceita com um sorriso.
Acho lindo aquele gesto carinhoso.
A avó larga o artesanato e se senta na beira do banco, olhando para frente em direção à janela.
--Vó por que não se senta direito?      Que tanto olha?
 -- Estou vendo as placas com o nome das cidades, rios e a quilometragem.
 E puxa conversa com a neta.
Ela indignada, lhe adverte.
-- Vó, não “gospe”  em mim quando falar. Já te falei. Molha meu braço.
 A avó sem entender a reação da menina, lhe fulmina com o olhar, mas cabisbaixa retoma ao seu crochê.
À neta, pagou a passagem, de troco...o seu silêncio.

                  Olynda Bassan



12 de ago. de 2018

Enamorar

Abraço aos enamorados


Enamorar-se
Coração enternecido: ama-me.
Gotas de amor: amem-me.
Enamoro-me.
Namoro-me
Encontro ombros
Toco em ombros
Enamora – me a vida
A vida se faz sentir, no enamorar-se.
Na mo ra da da Natureza me inebria o belo.
Amo-me
Amo-te
Flores à paixão, à vida, eternamente
Uma pétala em perfume se solta
Pinto meu próprio jardim
No meu quintal enamorado.

Olynda Franco

parabéns no meu abraço

José, o seu aniversário foi ontem, mas estivemos juntos.
Vivemos o amor entre irmãos, entre família - sua paixão. O melhor presente. Assim, hoje venho ao computador registrar minha homenagem a você, filho amado. Chegou o dia do seu acróstico rs.
Tu és nossa semente e nossa colheita. Parabéns no meu abraço enlaçado com as palavras gratidão e louvor. Deus o abençoe em abundância.

Para você.


J oio e trigo. Tu és trigo dourado no raiar do dia.
O s vales se almam com os tons de tua luz, filho, e
S e revestem da vida que brota do útero santificado.
É s essência da semente de trigo, José. Germina -te.
B endita sementeira que floresce em bênçãos no
A zul do teu olhar, a paz dos trigais.
S uas passadas afofam os canteiros arados pela coragem.
S eu foco nos sonhos, traz à tona seu vigor interior e
A esperança que em ti transborda, é prece derramada.
N ascestes, José, do pólen que engravida o mundo de amor.
F orça e Fé irrigam tua pele, vertem alegria na alma da gente.
R etiras a seiva da paixão, do trigo que é família e
A o sentido que dá à vida, enamora-se.
N ão temo me deitar no celeiro de tuas virtudes,
C omo versos que me revestem de gratidão. És “nosso” filho.
O meu canto por ti, é o eco do amor...amor...amor....
Beijo infindo de sua mãe Olynda

É assim que eu vejo o mundo

     

                   "É assim que eu vejo o mundo"


Querido escritor Paulino Vergetti Neto, peço licença para usar o título de um dos seus livros de poesia, como título desta crônica. Ele expressa meu olhar diante de fatos corriqueiros.
Eu me emociono e dou sentido aos carrinhos de bebês dispostos no corredor da igreja. É a família que se levanta, se prepara para o culto de louvor a Deus. O bebê não fica com a vovó, com a babá. Vai junto, todo arrumado, com o maior esmero. ´Será um encontro da família com a crença, com a espiritualidade de sua religião que atravessa gerações e séculos. Os pais mostram um caminho, muitos escolherão outros, mas a essência do bem permanecerá. Vamos acompanhando a gravidez, nascimento, batizado...E as crianças vão crescendo e juntos estão. É bonito olhar as crianças maiores, com as cabecinhas apoiadas nos ombros dos pais.
E por que tantas crianças, tantos carrinhos? Porque são acolhidas pelo padre Carlos Henrique, pelo ministério. E onde tem criança tem sorriso, tem leveza. Elas participam da celebração, auxiliando em alguns momentos. Encharcam os pais de orgulho e gratidão, pelo sentido de pertença. São valorizadas ainda pequeninas.
Um gesto não me passou despercebido. Uma menina de uns 7 anos recebe o pãozinho no final da missa e o leva até às mãos de d. Maria Lúcia, perto dos 90 anos, que não era parente dela. Ali estava a espiritualidade da religião. O ritual da missa é apenas a ponta do iciberg . A fé está no gesto desta menina. A Igreja viva. Esta família está deixando filhos melhores ao mundo. Esperança.
D. Maria Lúcia, toda arcada, com um curativo no pé e um sorriso no rosto. Pergunto ao ampará-la na procissão da comunhão, bem devagar...
-- A senhora veio sozinha?
--Não, com Nossa Senhora.
Na saída ela me diz:
Enquanto eu puder caminhar, hei de caminhar. Agooooora, se vier um boi bravo, me pega. Tem um humor invejável.
A querida Cecília, que tanto nos encantou com a sua voz - presente - linda em sua cadeira de rodas. Mas sorri na alegria da Fé, do ir e vir.
É esta Igreja que o Papa Francisco prega e luta. Além dos tijolos do templo. Convivência alegre, de solidariedade. É a Luz que se propaga nos passos que evangelizam. Ser testemunha de um Amor maior. Nos bancos, nas escadarias o prolongamento do altar.
Enxergar...
E quase não fui à missa porque estava com tosse.
Olynda Bassan
  

Tributo à d, Rosa, no meu adeus.

Aos 80 ...90 anos...há vida pela frente...
D. Rosa chega com sua saia xadrez intercalando os tons de vermelho, nude, verde – água com listinhas, meia preta 40 fios, sapato scarpin combinando com o casaco de lã, cachecol, contando da alma jovem desta mulher. Vem acompanhada da filha Adeneides em uma noite fria para me abraçar pelo aniversário. Vamos falando da vida, de suas histórias que preenchem o ambiente de ternura, de entusiasmo. A penas há dois anos, então com 80 e o “seu” Aristides com 90 anos interromperam suas viagens a Bahia, de ônibus, com duração de dois dias e meio. Contam com a naturalidade de quem ama a vida.
Ao sentar-se para o lanche comenta que a minha casa parece uma casa de boneca e acrescenta : “ eu também quero trocar minha cama, cansei dela. Quero comprar um sofá claro, mas meus filhos não deixam. Querem que eu deixe o dinheiro para comida, roupa para ir à igreja e passear, doença. Pra quê? Já disse que tenho recursos pra tudo isto. Eu entro na conversa... Pois d. Rosa realize seus sonhos. Sinta o prazer de olhar seu novo sofá, de deitar-se em uma cama mais moderna. Como não? Com 82 anos curta seu encantamento. Deixe brilhar seus olhos pelo gosto e gratidão de viver. Eu respondo : Pra ser feliz. A filha se rende. “Tá bom, mãe, renove seus móveis, siga as palavras da d. Olynda rsrs.
Na pessoa da d. Rosa e do “seu Aristides, minha homenagem aos que envelhecem, sonhando com a vontade expressa na lucidez da graça de se reconhecer ativa, amante em qualquer época de sua existência. Beijo “vôzinhos” , como são chamados pelos netos e bisnetos com ternura no falar. Abraço da Olynda. Amei sua visita. Minha alma quis falar...
   Hoje mora em outra dimensão...ficou a saudade e o exemplo de um grande mulher, apaixonada pela vida,

Papo de esquina

O melhor jeito de celebrar o dia de hoje...escrevendo.

Da série... É assim que eu vejo o mundo

Papo de esquina

Saindo de um velório, cabisbaixa, ando lentamente na lembrança de contritos rostos.
Poderia dizer: saio apressada pelos compromissos que me aguardam. Porém, depois de um tombo onde esgarcei a pele do joelho no asfalto áspero, tomei uma atitude. Desde o elevador vou cantando “ ando devagar porque já tive pressa”... Hoje presto atenção nos meus pés.
Na esquina, levanto meu olhar e ouço duas mulheres, que também estavam no velório, conversando com uma senhora sorridente, toda arrumada, com roupa passada, colares e brincos. Um charmoso chapéu a protege do Sol.
Não perdi a oportunidade de “enxergar” aquela mulher. A sua aparência me dizia que ali haveria aprendizado, além dos livros. E o nosso diálogo foi transcorrendo prazerosamente. Olho no olho.
-- Posso tirar uma foto da senhora? Sua imagem é incentivo para quem se desanimou da vida.
--Pode filha. Eu me arrumo porque tudo que a gente faz é bom. Se eu não gostar de mim a senhora também não ia parar e gostar de mim. Eu me arrumo para trabalhar, para ir nas festas. E me arrumo muito para ir na Igreja. Lá tem Jesus. É a minha festa com Ele.
Olha os sacos de reciclados, continuou falando... Minhas coisas são todas arrumadinhas. Eu cato uma garrafa e penso...ela é dinheiro. Não posso deixar jogada. Vai estragar o mundo. Lixo pra mim, não é lixo, não. É renda. Vou pintar as unhas. Hoje estou escondendo, está feia kk
( Abre um sorriso maroto. O olhar é de criança)
-- Sabe, Deus olha pra mim e fica feliz. Ah, como minha filha se gosta. Vou dar mais saúde pra ela. E eu sinto muito bem. Fico feliz. Precisamos deixar Deus feliz. Ele criou nós. Eu não reclamo de jeito nenhum. Eu só reclamo do vagabundo que não vê o trabalho como coisa boa.
--Qual é o seu nome?
-- Odília.
--E quantos anos tem?
Ela ri gostoso.
--Tenho 88 anos.
--Não sei não. Este registro deve estar errado.
-- Tá nada. Tá é certinho. Acabei de chegar da Bahia.
“Deus olha pra mim e fala...mas que pic tem essa minha filha”
-- D. Odília, foi um prazer conversar com a senhora. Me ensinou
como ser feliz no pouco. Vou escrever sobre o nosso encontro e imprimir. Quando a encontrar de novo, lhe entrego.
-- Ah, que alegria!!! Meu Deus!
--Vai filha, Deus a abençoe.
--Um abraço de despedida.
É assim eu que eu vejo o mundo - numa esquina qualquer.
Olynda Bassan

Tributo à escritora Fátima Tentor Salles

       Há muito queria lhe falar, Fátima Tentor Salles.
       Amiga recente, mãe de dois filhos, sendo que um deles requer atenção específica e especial. Ao terminar a leitura do seu livro - " Entre laços, abraço" fechei meus olhos, no quarto, já em penumbra. Fechei bem devagarinho e o beijei. Senti cheiro de Amor nas páginas que degustei. Beijei como se tivesse acabado de ouvir uma palestra de uma mãe que apenas conta a cumplicidade de uma vida com o seu filho, esposo, família. Sem melodramas, sem recalques, sem queixas, mesmo não sendo uma estrada fácil de percorrer. Haja solavancos e trepidação
     Em todo tempo conecta- se ao filho, 24 horas no dia, sem " desconectar- se de si mesma" como profissional, como mulher. Beijei seu semblante de paz, acolhedor, de serenidade apesar dos conflitos, das dúvidas, dos caminhos incertos. Em qualquer atalho está o Luiz, como símbolo de amor, de coragem, de como contornar as pedras, ou a construção de um novo jeito de viver. Beijei a família que nunca está no mesmo evento, por mais significativo que seja, como no lançamento do livro, posse da Academia de Letras, porque alguém faz companhia para o Luiz. E neste entendimento, nesta partilha o amor se torna robusto, de raízes profundas.
Sim, Fátima, beijei seu livro ternamente, nos sabores de um novo olhar, nas cores do nascente e do poente dos fatos.
       Um grande abraço, na gratidão de encontrar luz em suas sombras.
Olynda Bassan

Meu livro - Alma em Versos

     Com a alma lavada no sentimento da alegria, recebo a terceira tiragem do "Alma em Versos". Que delícia! Saio da Editora Canal 6 rindo sozinha. É prazer, é gratidão que me incentivam a caminhar pelas letras.
Obrigada. Graça a você, meu amigo leitor. Graaande abraço.
Àqueles que me encomendaram, entrarei em contato. Para maiores informações, caso queiram adquirir, podem me chamar inbox. Um abraço afetuoso da Olynda



Ecoando - Dia do Escritor

Ecoando...
Hoje é o dia do escritor. Melhor jeito de celebrar ,é escrevendo. Não é não?
Da série...” Assim que eu vejo a vida”
Estar no lugar certo, na hora certa.
Desde o lançamento do livro “ Alma em Versos”, me propunha a presentear os funcionários do Condomínio Villa Verde com um exemplar.
E o tempo passou...os livros chegaram e se foram...até que nesta tiragem resolvi tomar tal atitude. Escrevi uma dedicatória pelo sorriso, pelo acolhimento e solução dos problemas de todos os dias, que nos oferecem. Gratidão.
Na guarita não estava o porteiro, nem a porteira, mas o zelador. Era na hora do almoço. Entreguei o livro, disse rapidamente do que se tratava. O livro era meu e eu os presenteava e fui saindo. Mas, o zelador puxou conversa e voltei...por duas vezes. O que o “seu” Joaquim queria me dizer era que sempre foi apaixonado por poesia. Que o livro era o melhor presente que poderia receber e foi perguntando um pouco sobre o lançamento. Seus olhos expressavam o que me dizia. Acariciando a capa do livro foi se revelando um romântico.
-- Dona, corremos tanto na vida e a gente esquece disso. Eu adoro poesia. Faz falta em nossos dias.
Que alegria, que prazer me fez sentir! Suas palavras repicaram no peito. Se fosse outra pessoa, que não gostasse tanto de poemas, talvez o recebesse, se alegrasse por ser lembrada, mas não vibraria, não teria emoção no olhar. Meu livro não seria acarinhado.
Contou-me também que recolhe os livros que são descartados por mudanças, mau estado de conservação. Cata e lê todos. Leitor, mesmo,
Na manhã seguinte eu o encontrei no corre- corre dos afazeres do Condomínio, mas com um tempinho para falarmos sobre a poesia do cotidiano, da Natureza. E até da piscina surge a poesia, a crônica...e assim foi.
Antes de compartilhar o “Alma em Versos” com os demais funcionários, o levou para casa. Está lendo bem devagar, como seu filho de 24 anos também. Comenta com a mulher. Um pequeno” círculo de poesia” doméstico. Ô coisa boa!
Existe momento mais feliz? Ouvir o ecoar de seus escritos aqui e acolá, sentir o sabor das palavras de quem o lê, deixa o autor agradecido, em êxtase. Valeu a pena!
Obrigada “seu” Joaquim. Não perca nunca seu lirismo no “ Olhar do “ Cotidiano”. Assim somos e fazemos deste mundo um canto mais suave.
Tinha que ser o senhor ...
Olynda Bassan

Dia dos avós

       No meu canto em meio lembranças, livros e escritos, gratidão e na imensa alegria brindo o " Dia dos Avós". Dia de Sant' Ana, avó de Jesus. 
     Como será que foi ser avós de Jesus? Eu sei como ser avó de Maria Eduarda, Valentine, Luisa, Henrique. 
    Meu Deus do céu, é gratificante, é felicidade demais, é Louvor. É luz, é continuidade do amor gerado em meu ventre sacralizado. Obrigada Família da Path, da Elô, do José. Tim Tim. Amoooooo de paixão. Fico tão, tão feliz quando posso ficar por horas, quando os papais me solicitam. Meus pais olharam pelos meus filhos, hoje, um olhar aos meus netos. Uma prece por vocês, que me fizeram avó.
Beijos, beijos. Vovó Olynda

E a lua se foi





       Manhã de domingo, leve friozinho e o Sol nascendo em um vermelho intenso, mesclando céu e terra.
      E a Lua, sem pressa, ainda permanece cheia de encantamento dos mistérios e segredos da noite. Um espetáculo que nos dá um bom - dia com alento.
      Outra cena admirável foi percorrer a Avenida Nações Unidas, nosso cartão Postal, sem um papel, sequer um descartável sujando o gramado, o asfalto, depois de uma festa. Que logística a Prefeitura adotou? Esta limpeza se repetirá em outros dias do Aniversário de Bauru? Nos anos anteriores a crítica quanto à sujeira, foi ferrenha. Eu mesma vi a luta insana do pessoal da limpeza,em tempo real, tentando manter o espaço limpo, com pás, vassouras e lixeiras enormes. O lixo de cada um era depositado ao lado e nunca nunca dentro.
Muito me alegraria se o povo colocasse o lixo no lixo, mas ainda é um sonho. Bem, não sei como serão as demais manhãs. Por hoje - fica o meu elogio.
E a Lua se foi...
                                                   Bom dia !

O melhor da vida


                                                             O melhor da vida


Eu construí caixas sombreadas,
onde presente e passado entrevados
adormecem.

Vasculhei o interior com mãos inquietas
e seus bilhetes de amor
amarrotados, não mais estão.

Na ausência da paixão em palavras,
ouço nossa música não tocada na
lembrança de um poente.

O amor se foi como um trem
no silêncio de seu sino, no 
desvio de seus trilhos.

No vazio, restou-me a fumaça que o céu aspira
e me foge do olhar.

No embarque e desembarque,
nas abas abertas – meu presente desperta. 
Pareio de minha alma amante, da 
vida em atalhos.

Sofro saudade e sigo no pêndulo
do tempo. 
Tempo “ do melhor da vida – ela mesma”.

Blim blom...blim... blom...
Olynda Bassan

Olhar sensível

A sensibilidade da Maria Eduarda, na sala, de repente, no soslaio de um olhar me chama:
VÓ, VÓ, corre...Olha o seu quarto! Está rosa. Que lindo! Além da suave cor, tinha no teto o reflexo do movimento das águas da piscina. O Sol aquecia o edredom e lhe roubava a cor para embelezar as paredes frias, pálidas. Tão simples e tão belo no olhar que enxerga além.
Gratidão, minha neta
Olynda Bassan. .

Jeitos de se contar do amor

Aos pais...
Quero homenagear o pai dos meus filhos, o João que amava do seu jeito; envolto com as facas e panelas, receitas e temperos.
Conheço muitos pais que dedicam o seu tempo na cozinha à família, por amor.
Encontram caminhos....
Gratidão João, e a nossa prece

Jeitos de se contar do amor.

..
Conta-se do nosso amor por:
Palavras
Olhares
Afagos
Gentilezas
Atenção
Abraço
Um sim
Um não
Um mimo
Sorriso
Presença
De longe
De perto...
Não se têm normas para amar.
É tão peculiar.
Há pessoas que amam demais e travam a língua
nas emoções, na timidez.
Encontram caminhos...
Aquecem o amado, do amor em sabores.
Afagam com o alimento temperado com a alegria
da doação e com o seu tempo no fogão.
É a última a sentar à mesa, com as mãos carregadas
de carinho e iguarias.
É o seu jeito de amar no silêncio
de suas panelas.
Desnecessárias são as palavras no sentido do gesto.
Cozinha é o coração do seu acolhimento,
de gratidão ao redor da mesa.
Feliz é quem enxerga esse amor e se sente amado.
Querido João, este era o seu jeito de amar os seus
filhos
família
amigos.
Olynda Bassan