12 de ago. de 2018

É assim que eu vejo o mundo

     

                   "É assim que eu vejo o mundo"


Querido escritor Paulino Vergetti Neto, peço licença para usar o título de um dos seus livros de poesia, como título desta crônica. Ele expressa meu olhar diante de fatos corriqueiros.
Eu me emociono e dou sentido aos carrinhos de bebês dispostos no corredor da igreja. É a família que se levanta, se prepara para o culto de louvor a Deus. O bebê não fica com a vovó, com a babá. Vai junto, todo arrumado, com o maior esmero. ´Será um encontro da família com a crença, com a espiritualidade de sua religião que atravessa gerações e séculos. Os pais mostram um caminho, muitos escolherão outros, mas a essência do bem permanecerá. Vamos acompanhando a gravidez, nascimento, batizado...E as crianças vão crescendo e juntos estão. É bonito olhar as crianças maiores, com as cabecinhas apoiadas nos ombros dos pais.
E por que tantas crianças, tantos carrinhos? Porque são acolhidas pelo padre Carlos Henrique, pelo ministério. E onde tem criança tem sorriso, tem leveza. Elas participam da celebração, auxiliando em alguns momentos. Encharcam os pais de orgulho e gratidão, pelo sentido de pertença. São valorizadas ainda pequeninas.
Um gesto não me passou despercebido. Uma menina de uns 7 anos recebe o pãozinho no final da missa e o leva até às mãos de d. Maria Lúcia, perto dos 90 anos, que não era parente dela. Ali estava a espiritualidade da religião. O ritual da missa é apenas a ponta do iciberg . A fé está no gesto desta menina. A Igreja viva. Esta família está deixando filhos melhores ao mundo. Esperança.
D. Maria Lúcia, toda arcada, com um curativo no pé e um sorriso no rosto. Pergunto ao ampará-la na procissão da comunhão, bem devagar...
-- A senhora veio sozinha?
--Não, com Nossa Senhora.
Na saída ela me diz:
Enquanto eu puder caminhar, hei de caminhar. Agooooora, se vier um boi bravo, me pega. Tem um humor invejável.
A querida Cecília, que tanto nos encantou com a sua voz - presente - linda em sua cadeira de rodas. Mas sorri na alegria da Fé, do ir e vir.
É esta Igreja que o Papa Francisco prega e luta. Além dos tijolos do templo. Convivência alegre, de solidariedade. É a Luz que se propaga nos passos que evangelizam. Ser testemunha de um Amor maior. Nos bancos, nas escadarias o prolongamento do altar.
Enxergar...
E quase não fui à missa porque estava com tosse.
Olynda Bassan
  

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