30 de mai. de 2015

Eu refiz

     






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   Eu refiz....

    Inverno combina com avó, agulhas e lã. A cada ponto uma gota de amor, um sorriso, vislumbrando o rostinho da Maria Eduarda,  da Valentine, da Luísa, do Henrique. Mas nem tudo são flores na arte de tricotar, de crochetar.  Haja paciência!!!
      Nesta semana dediquei o meu dia todo a completar um pulôver. Pressa! Chegaria uma onda de frio! E ao chegar o final daquele dia, nada deu certo. Nem o ponto, nem o tamanho. Desolada comecei a puxar... a puxar o fio. Tantas horas, perdidas. O novelo de lã se enchia novamente! Sensação de mãos vazias, de missão não cumprida. O ventinho frio que entrava pela fresta da janela,  gelava meu pé. Apenas uma certeza eu tinha: absorver a decepção e recomeçar.
      No livro de José Saramago, “Ensaios de uma cegueira”,  diante de um conflito entre os cegos, a mulher disse” o mundo está aqui”. Pois bem, enquanto desmanchava, refletia que, em algum momento precisamos nos desmanchar para que peças novas se encaixem no  quebra – cabeça de nossa existência. O mundo está se desmanchando, levantando tapetes, descortinando podridões nos valores, na ética, na honestidade. E por aí vai.... Pessoas desmancham seu comodismo ao acolher, ouvir, sair em busca de gente, de cultura, do bem estar, da espiritualidade, de si mesmo. E por aí vai....
     Tanto no caos da minha linha emaranhada, quanto no caos de nosso “eu”, dos homens, aliado ao querer, poderá surgir uma nova ordem, uma harmonia de pontos e cores.   “O mundo estará aí.” Em um só fragmento da peça de inverno existe  a totalidade dos nossos sonhos, da nossa persistência, do amor em aproveitar a  chance de ser melhor.  
     Na beleza da arte do fazer  acariciei  em minhas mãos a maciez do pulôver que agasalha e aconchega avós, netos e quem mais vier.

    Mas o que eu queria mesmo era me desmanchar em um abraço....rsrs.  No desmanchar e refazer...desejo  um bom final de semana aos meus amigos de longe e de perto. Olynda

21 de mai. de 2015

Busco-me

        


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                                          Busco-me...


    Subo à montanha
    Elevo-me à voz do silêncio
    Repouso  minha alma
    Para orar o meu deserto...
    Emoções tórridas, gélidas
    Qual vento que assovia Estações
    Na mansuetude do infinito
    Transpasso - me, invado-me
    Não sou bula,  “checklist”
    Não me defino, busco - me
    Sou alma inquieta
    Pulsando em sonhos
    Fico entre o que sou
    E o que almejo...
    Deus sobe comigo
    Guia-me nos atalhos
    E fendas de mim
    Meu fecho de sustentação
   Deslizando-me de Suas mãos
   Benditas, coloco-me de pé.
   Retorno ao vale dos meus dias
   Onde me enxergo...


                                                                         Olyndabassan

7 de mai. de 2015

Um novo coração

                  




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                                 Um novo coração que Deus me deu

E se a vida te entregar desesperanças, o que fazer? Até os sábios choram. Há diferenças nas lágrimas dos que amam. Há dores e há dores e o horizonte nem sempre nos permite chegar muito longe. Mas para Deus tudo é possível.
Há anos tive um infarto agudo do miocárdio. Puseram dois stents em meu coração, em duas arteriazinhas finas que haviam entupido. Sofri bastante, senti a morte de perto, mas continuei a luta e ganhei muito mais fé em Deus. Arregacei as mangas e com quinze dias estava na labuta e comecei a enxergar esperanças novas, dessa vez, logo no comecinho do horizonte. Vida nova, nova vida, um descortinar mais alegre do mundo. Resolvi que iria amar-me um pouco mais e entender que a vida nos cobra coisas fortes para que possamos ter uma vida decente, saudável, longeva.
E o tempo passou depressa e me descuidei novamente e voltei a engordar e até acreditava que com aquelas mangueirinhas no coração jamais teria outro infarto. Os remédios foram abandonados, passei a comer tudo, e, certa manhã o peito voltou a doer. Nem acreditei que aquele mal estaria e volta. Fiquei entre a dúvida e a certeza. Uma coisa me iludia. Levaram-me ao hospital. O colega que me atendeu achou que não se tratava de um caso de infarto agudo do miocárdio. Mas era o mal. O mal havia voltado. Meu coração adoecera mesmo. O pior é que dessa vez em proporções muito mais perigosas.
Lá estava novamente deitado em um leito de UTI. Era a segunda via-crúcis. Havia perdido oitenta e sete por cento da função cardíaca. Aos pés de meu leito hospitalar, chegou um colega cardiologista e, dirigindo-se a mim, confessou que deveria submeter-me a um cateterismo, mas que o risco de insucesso era alto e por isso necessitaria de consentimento dos familiares. Gelei. Era tudo ou nada. Acabava de perder meu chão e o horizonte, aquele mesmo horizonte aonde havia recuperado as esperança e que cria, haveria de levar-me a um lugar cheio de vida.
Dia seguinte e lá estava eu na sala imensa, cheia de luzes. Um velhinho se aproximou de mim. Cabelos branquinhos. Identificou-se como sendo o anestesista que iria induzir meu sono. Um sono do qual poderia jamais retornar. Um homem calmo. Tecia palavras de fé e de esperança. Era a coisa mais importante que queria ouvir, ou melhor, que necessitava ouvir. Exame feito e lá estou voltando a UTI, ande passei os mais longos quinze dias de minha vida, ou de minha quase vida.
Os dias passaram, recebi alta da UTI e fui passar mais alguns dias em um leito hospitalar, na área dos cardíacos graves. E foi aí que recebi o veredicto. Meu cardiologista me informou que estava inválido, não conseguiria mais viver normalmente com o resto de músculo cardíaco que me restava e que era o mais novo candidato a transplante cardíaco. Gelei, chorei bastante e nenhum consolo me servia. Meu horizonte havia se escurecido. A morte me rondava.
Conheci um anjo de luz. Dona Francisca Batista Leite, minha sogra. Um ano atrás eu havia ido enterrar sua mãe, uma velhinha muito querida. Morava no alto sertão paraibano. Vi-a chorando muito, retirei meu lenço limpo de um dos bolsos da calça e o ofereci para que enxugasse suas lágrimas. Recebeu-o após me agradecer. O tempo passou e me esqueci daquele lenço. Continuei meu tratamento cardíaco. Ela havia feito uma promessa com Nossa Senhora e cobrira uma imagem da Sagrada Família com aquele lenço que lhe havia ofertado no velório de sua mãe.
Meu primeiro retorno ao cardiologista foi com 30 dias. Estava bem melhor e ele se surpreendera com a involução das lesões do meu coração. Segundo, terceiro, quarto mês. Até ouvi dele que não daria mais um atestado de invalidez a mim. Ouvi dele que algo de estranho estava acontecendo e que jamais teria a coragem para me levar a uma sala de cirurgia e realizar um transplante cardíaco. O que teria acontecido? Era a minha vez de dizer ao Doutor Fulano que Nossa Senhora havia operado um milagre em minha vida. Disse-lhe: Acredito em um Deus. Um Deus imenso, criador de todas as coisa do mundo. Um Deus que, dependendo da fé de cada um, cura para sempre os que Nele crê.
Hoje faz cinco anos do milagre e estou com a vida novamente e consigo enxergar milhares de estrelas no horizonte de minha vida, como se Deus quisesse dizer aos que não creem que É maravilhoso. Todos os dias ponho a mão no peito e rezo um Pai Nosso bem diferente dos outros. É em Sua homenagem e em homenagem de Dona Francisca, a outra Nossa Senhora que Deus pôs em minha vida.
Se eu pudesse, daria um montão de minha fé, aos amigos que tenho e que se proíbem a si mesmo de crer na magia inenarrável de um milagre e no outro coração que ganhamos quando Nele acreditamos sem nada temer. Sou uma prova viva de que Deus é imensamente misericordioso.



    Relato do escritor Paulino  Vergetti Neto. Texto reflexivo, de Alerta, de Fé. Emocionante, caro amigo, também poeta, cronista, romancista....



Nasce uma orquídea








Booom dia!!!
Pense em uma mulher feliz! Pela primeira vez, orquídeas florescem em minha casa.
Despertam do sono da espera. Neste meu cantinho de " recuerdos", da minha história de vida, os símbolos falam. "Do visível ao invisível". Na mesma terra, raízes e caules comuns à única seiva, cada flor desabrocha ao seu tempo de maturação. É o tempo da natureza, de Deus. Na beleza do " SER" há botões e flores. Não desprezemos os botões. Eles ainda escondem cores.
No caminho à luz nos foi inevitável viver o esplendor da vela, do romântico lampião, a descoberta da lâmpada incandescente, fluorescente....LED... Dar sentido à cada minuto da espera nos dá a certeza da colheita, como a florista abraçada ao ramalhete de rosas e espinhos. Deus nos fortaleça. Somos flores e botões... Abraço da Olynda







Mampituba, um rio em poema

                    








           Mampituba. Um rio em poema


     Sonhos pontuam meu caminho.
     No tempo que passa,  em terras distantes,
     Anseio encontrar-me nas águas do Mampituba
     Na linha tênue do horizonte
     Imagino suas águas beijando o céu
     Embrulhados em laços do arco-íris.
     Sonho em certa tarde de inverno... um sarau
     Envoltos em echarpes e poemas
     Sentindo a magia do rio, o crepitar da lenha
     Amigos que se buscam, se aquecem
     No calor, no sabor de café e mate
     Bolos  e pães... abraço  no meio da tarde.
     Declamem as curvas do Mampituba
     Névoa em mistérios do que virá: esperanças
     Pampas em flores, enigmas, desassossego,
     Amores, desamores. Cortina entreaberta
     Cantem a beleza do nascente ao poente
     Nas cores luzentes do deslumbramento     
    A oração no silêncio da natureza, que fala...
    Do deserto e do oásis da nossa alma
    Mampituba meu rio, vida deste lugar
    Em ti, quero  rabiscar  os meus versos.

                                              Olynda Bassan