30 de jan. de 2016

Vou passando

Foto de Olynda Aparecida Bassan Franco.

Vou passando...


Vou passando pelos ares na rica
existência, fragmentada
em lembranças de rostos, nomes, lugares.
Vou passando pelos ares me
refestelando em encontros virtuais,
olho no olho, café quente, um dedo de prosa.
Vou passando pelos ares, recolhendo
dores, cansaço, desesperanças;
diálogo em preces.
Vou passando pelos ares na amplidão
do cosmos; sinto meu finito, como
poeira de estrelas, no Infinito Deus.
Vou passando pelos ares, garimpando
palavras daquilo que sinto. Poeta da vida,
na vida, olhares em poesia.
Vou passando pelos ares no perfume das
flores. Jardineiro da semente do hoje
e do amanhã; colheita do ontem.
Vou passando pelos ares, num álbum de
fotos, retalhos da vida, pespontos
da roupa cerzida que sou
Passo pelos ares dos meus sonhos
aos quais dou asas, na liberdade
que me plana.
Vou passando pelos ares na solidão,
de não me sentir só. Apenas me ouço
em um voo silencioso.
Passo pelos ares e me vejo no
brilho do orvalho, da teia suspensa,
tecida em filigrana do amor.
Vou passando pelos ares, alisando
as cicatrizes de um tempo; nelas, a
esperança para as fendas que se abrem.
De poema, em poema, voo no alvorecer
no poente, me reinventado nos versos
do amanhã, no vento que sopra diferente,
                                                                     Olynda Bassan   27/01/2016

É seu aniversário








                            Parabéns Path, é seu aniversário 




Minha filha, um dia suave, de sorrisos e bênçãos. Muitos cumprimentos e abraços; presenciais, virtuais, tão calorosos quanto. Dia de colheita do que é, na vida de toda gente, Colheita da sua sensibilidade com a ador, com o desamparo, alegria e conquistas de seus amigos, Colheita de sua fidelidade aos princípios de sua raiz, ética, profissionalismo e amizade. Tudo condensado num parabéns significante, repleto de significados.
Nesta madrugada meu corpo se vestiu de recordações e também não se deixou repousar, como naquela madrugada do dia 29 de janeiro. Eita madrugada corrida!. Em minhas lembranças fui até ao Hospital, em Garça para soltá-la ao mundo, como uma borboleta que venceu seu ciclo de casulo. A mais linda borboleta do lugar.
É tempo de sementeira no amor que ainda tem para viver, na libertação de se reinventar, se autoconhecer e voar.
Lá pelas quatro da matina, assim, como você, pari este poema, brincando de fazer poesia, como brinquei com seus dedinhos.
Voa poesia, não volte seu olhar ao passado


A poesia voou
Sonho; sonhei.
Leveza de borboletas,
campinas em aquarela,
êxtase ao infinito.
Ah! Paradoxo de mim.
Me organizo em
nós
caixas
caixinhas
caixotes
Prendo- as em trincos
tramelas;
à mão.
No virar da chave,
uma, duas, tantas vezes,
em laços soltos
borboletas
rodopiam
sem volta.
Eu?
de suas asas
me faço rede.
O poema acabou,
a poesia voou.
                                Olynda Bassan. 29/01/2016

11 de jan. de 2016

Ninho vazio

                              Ninho vazio


        Gosto de falar do dia seguinte. Tomo distância... dou sentido..
.
       Passou o Natal de Jesus. Tal como  a brisa ele chega; nos dá uma sensação de aconchego, da ternura do bem estar e se vai. Tempo de construção e desconstrução. Trocamos a decoração da casa. Na gaveta: o porta - retrato, bibelôs. No lugar, os enfeites, as luzes do Natal. O retrato que não removo, nunca, é o da minha família reunida. Ele se incorpora ao cenário do Natal. Sem família de sangue, de afeto, de fraternidade, não acontece o Natal. A mudança não é moldura.   É viver a essência daquilo que amamos e acreditamos.
      Hoje, ao som clássico, do programa Prelúdio, desconstruo o presépio,  emocionada. Sabe aquele dia em que você se abraça? Embrulho pecinha por pecinha, trazidas de Caruaru, presente da amiga Onilda.  Lembranças das minhas viagens pelo Nordeste, Sul, Sudeste; das conversas, acolhimento e Natureza.  Penso na importância do guardar; de proteger nossas recordações, as quais se avivam nos simbolismos que trazemos. Ensacar o Papai Noel, a bota, artesanatos da Maria Ângela  Ottonicar, da minha terra natal, Gália. Me acompanha há mais de 30 anos.  Nas cores fortes, a minha infância sem Papai Noel.
    Volta para a caixa de sapatos, o tesouro da ornamentação da pequenina árvore de Natal. Grande é o amor que nela se encerra.  Minha homenagem aos netos.  Pendurados estão os primeiros sapatinhos, meinhas, chupetas, luvinhas  decorados  com bolinhas e fitas natalinas.  A ternura  entremeia os galhos verdes da esperança, seiva da vida.

      E depois da casa cheia, vozes, latidos dos cachorrinhos, risos de crianças e mesa posta o dia inteiro, chegadas e partidas, o ninho fica vazio. Não mais cervejinha com petiscos em companhia dos filhos.  Apartamento limpo, organizado e uma alma no silêncio de estar só.. Não vivo a solidão. Tenho no coração: Deus, família, amigos virtuais e presencias,  meus escritos, construindo o meu mundo. Mas, agora, é na minha presença que me encontro. Me faço companhia, oferecendo – me  petiscos, e uma taça de vinho. Tim Tim, Olynda.  Ofereço o meu louvor a Deus por mais um Natal, mais um ano novo  de mãos dadas com a união, alegria e solidariedade. Um beijo aos meus filhos que se agregam na família, respeitando a singularidade de cada um, do jeito diferente de pensar, de viver e encarar a vida, mas na mesma crença, o Amor.  O elo que nos une.   No dia seguinte, muda- se a decoração, mas  ficam os valores, o sentido das festas. O propósito de ser melhor, mais feliz, melhor qualidade de espírito. Abrir espaço para que permaneçam as coisas que não passam. É sempre Natal! É só levá-lo dentro. Abraço Olynda

4 de jan. de 2016

No teu SIM, meu Natal


É Natal





Não me procures entre os mortos, estou entre os vivos". Já dizia a canção.
Você, é a minha manjedoura. Eu sou Luz, na sua luz. Eu nasci criança, pequeno.
       Feliz Natal! Que ele se faça em nós. Não é emoção, é AMOR, Com este amor eu os abraço e agradeço por caminharem comigo em 2015. Foi muito prazeroso tê-los como companhia nas letras, nas viagens, na vida. Jesus Menino os abençoe, muito, muito



                                                              No teu SIM, meu Natal


  Natal, o SIM de minha Mãe Maria.
  Em seu ventre consagrado, o canto
  humilde, daquela que me amou primeiro
“ O Senhor fez em mim maravilhas”

 Hoje, o SIM da humanidade se faz
 manjedoura e minha cruz .
 Meu nascer e o meu morrer.
 Minha voz e o meu silêncio.

 Me veja em Mariana, em cada canto.
 Seja meu braço, na doçura do abraço,
 aos que clamam, aos que emudecem
 É Natal.

 Os Magos me trazem presentes.
 Partilha! Olha para o outro.
 Há os que não enxergam a Estrela - Guia
 Coração fraterno. É Natal.

 Me entrego por inteiro
 na construção da justiça e da paz.
 Os sinos me anunciam, as luzes brilham
 Pulsa minha vida em ti. Esperança.
 É Natal!

 Sendo luz, és poesia da alegria, do amor.
 Versos de sua alma manjedoura.
 Canta canção de ninar nos berçários,
 nos guetos, nas ruas.
 Eu nasço todos os dias.
 No seu ninho/ coração.
 É Natal