Ninho vazio
Gosto de falar do dia seguinte. Tomo
distância... dou sentido..
.
Passou o Natal de Jesus. Tal como a brisa ele chega; nos dá uma sensação de
aconchego, da ternura do bem estar e se vai. Tempo de construção e desconstrução.
Trocamos a decoração da casa. Na gaveta: o porta - retrato, bibelôs. No lugar,
os enfeites, as luzes do Natal. O retrato que não removo, nunca, é o da minha
família reunida. Ele se incorpora ao cenário do Natal. Sem família de sangue, de
afeto, de fraternidade, não acontece o Natal. A mudança não é moldura. É viver a essência daquilo que amamos e
acreditamos.
Hoje,
ao som clássico, do programa Prelúdio, desconstruo o presépio, emocionada. Sabe aquele dia em que você se
abraça? Embrulho pecinha por pecinha, trazidas de Caruaru, presente da amiga
Onilda. Lembranças das minhas viagens
pelo Nordeste, Sul, Sudeste; das conversas, acolhimento e Natureza. Penso na importância do guardar; de proteger
nossas recordações, as quais se avivam nos simbolismos que trazemos. Ensacar o
Papai Noel, a bota, artesanatos da Maria Ângela Ottonicar, da minha terra natal, Gália. Me acompanha
há mais de 30 anos. Nas cores fortes, a
minha infância sem Papai Noel.
Volta para a caixa de sapatos, o tesouro da
ornamentação da pequenina árvore de Natal. Grande é o amor que nela se
encerra. Minha homenagem aos netos. Pendurados estão os primeiros sapatinhos,
meinhas, chupetas, luvinhas decorados com bolinhas e fitas natalinas. A ternura
entremeia os galhos verdes da esperança, seiva da vida.
E depois da casa
cheia, vozes, latidos dos cachorrinhos, risos de crianças e mesa posta o dia
inteiro, chegadas e partidas, o ninho fica vazio. Não mais cervejinha com
petiscos em companhia dos filhos. Apartamento limpo, organizado e uma alma no
silêncio de estar só.. Não vivo a solidão. Tenho no coração: Deus, família,
amigos virtuais e presencias, meus
escritos, construindo o meu mundo. Mas, agora, é na minha presença que me
encontro. Me faço companhia, oferecendo – me petiscos, e uma taça de vinho. Tim Tim,
Olynda. Ofereço o meu louvor a Deus por
mais um Natal, mais um ano novo de mãos
dadas com a união, alegria e solidariedade. Um beijo aos meus filhos que se agregam
na família, respeitando a singularidade de cada um, do jeito diferente de
pensar, de viver e encarar a vida, mas na mesma crença, o Amor. O elo que nos une. No dia
seguinte, muda- se a decoração, mas ficam
os valores, o sentido das festas. O propósito de ser melhor, mais feliz, melhor
qualidade de espírito. Abrir espaço para que permaneçam as coisas que não
passam. É sempre Natal! É só levá-lo dentro. Abraço Olynda
Gostei muito da sua crônica, amiga Olynda!
ResponderExcluirEla nos traz bons sentimentos e lembranças, que devem perdurar por toda vida. Obrigado pelo momento tão gostoso