11 de jan. de 2016

Ninho vazio

                              Ninho vazio


        Gosto de falar do dia seguinte. Tomo distância... dou sentido..
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       Passou o Natal de Jesus. Tal como  a brisa ele chega; nos dá uma sensação de aconchego, da ternura do bem estar e se vai. Tempo de construção e desconstrução. Trocamos a decoração da casa. Na gaveta: o porta - retrato, bibelôs. No lugar, os enfeites, as luzes do Natal. O retrato que não removo, nunca, é o da minha família reunida. Ele se incorpora ao cenário do Natal. Sem família de sangue, de afeto, de fraternidade, não acontece o Natal. A mudança não é moldura.   É viver a essência daquilo que amamos e acreditamos.
      Hoje, ao som clássico, do programa Prelúdio, desconstruo o presépio,  emocionada. Sabe aquele dia em que você se abraça? Embrulho pecinha por pecinha, trazidas de Caruaru, presente da amiga Onilda.  Lembranças das minhas viagens pelo Nordeste, Sul, Sudeste; das conversas, acolhimento e Natureza.  Penso na importância do guardar; de proteger nossas recordações, as quais se avivam nos simbolismos que trazemos. Ensacar o Papai Noel, a bota, artesanatos da Maria Ângela  Ottonicar, da minha terra natal, Gália. Me acompanha há mais de 30 anos.  Nas cores fortes, a minha infância sem Papai Noel.
    Volta para a caixa de sapatos, o tesouro da ornamentação da pequenina árvore de Natal. Grande é o amor que nela se encerra.  Minha homenagem aos netos.  Pendurados estão os primeiros sapatinhos, meinhas, chupetas, luvinhas  decorados  com bolinhas e fitas natalinas.  A ternura  entremeia os galhos verdes da esperança, seiva da vida.

      E depois da casa cheia, vozes, latidos dos cachorrinhos, risos de crianças e mesa posta o dia inteiro, chegadas e partidas, o ninho fica vazio. Não mais cervejinha com petiscos em companhia dos filhos.  Apartamento limpo, organizado e uma alma no silêncio de estar só.. Não vivo a solidão. Tenho no coração: Deus, família, amigos virtuais e presencias,  meus escritos, construindo o meu mundo. Mas, agora, é na minha presença que me encontro. Me faço companhia, oferecendo – me  petiscos, e uma taça de vinho. Tim Tim, Olynda.  Ofereço o meu louvor a Deus por mais um Natal, mais um ano novo  de mãos dadas com a união, alegria e solidariedade. Um beijo aos meus filhos que se agregam na família, respeitando a singularidade de cada um, do jeito diferente de pensar, de viver e encarar a vida, mas na mesma crença, o Amor.  O elo que nos une.   No dia seguinte, muda- se a decoração, mas  ficam os valores, o sentido das festas. O propósito de ser melhor, mais feliz, melhor qualidade de espírito. Abrir espaço para que permaneçam as coisas que não passam. É sempre Natal! É só levá-lo dentro. Abraço Olynda

Um comentário:

  1. Gostei muito da sua crônica, amiga Olynda!
    Ela nos traz bons sentimentos e lembranças, que devem perdurar por toda vida. Obrigado pelo momento tão gostoso

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