Queridos amigos, senti a necessidade de retornar às minhas crônicas. Sem explicações aparentes rondaram em minha mente e coração, “ensaios de poesias”.
Elas foram aflorando, aflorando, e eu apenas registrando palavras que minha
alma me ditava.
Outro
desejo foi ler, ler, ler. Alimentar-me para continuar esta aventura da qual lhes
falo e me exponho.
Nos
últimos meses vivi experiências de alegria, de desafios, do novo, os quais valorizaram,
engrandeceram a estação do outono, na
qual eu me encontro.
Assim como a Natureza, nossa vida se veste das
4 estações e nelas moram não só a nossa alma, mas o nosso cérebro, o qual vai
nos fornecendo informações como bem aproveitar cada estação, com todo o seu
encantamento.
A
primavera onde tudo é força, impulso. Os brotos da flor rompem com a energia da
seiva da vida. Está tudo por construir, por conquistar. O mundo nos espera. As
chuvas são mansas, a brisa vem de leve, não querendo estragar as tenras flores
que estão começando a desabrochar.
Ah..o Verão... vem com o Sol, com o dourado
das conquistas, dos afazeres, da economia ativa, casamento, filhos... Chegam as
chuvas torrenciais, passageiras, ou intermitentes, encharcando os prados, a relva, lameando as
estradas. Prenuncio de nossa luta diária, pela sobrevivência do humano, da
alma. A luta pelo emprego, pelo carro, pela casa. O tempo é de se fazer...
edificar prédios, alicerçados na vontade, no caráter, nos
valores, no abrigo para as próximas estações. Desafios surgem aos jovens casais, inexperientes em
conciliar família e trabalho, para que os valores não se invertam, para que a
atmosfera de amor envolva a casa, se fazendo lar.
Mas o tempo, não nos espera,
não pára. E neste corre-corre, chega, sem que percebamos a fase do outono, onde
a beleza da Natureza muda de cor, de intensidade. O vento sopra, baila , derruba
de um jeito charmoso as folhas coloridas
do alaranjado ao rubro; caem, e vão tapeteando as calçadas, as ruas e jardins.
Senão está presente a beleza das copas verdejantes das árvores., das flores do
alto, tem –se o encantamento do
espetáculo de multicores, de quem já pisa em folhas secas, com ruídos
característicos, em terra firme, com mais humildade, olhando seus pés, suas raízes fincadas durante uma vida. De repente, neste outono se
vislumbra uma sempre- viva vermelha, rosa, amarela, surgindo na fresta de uma
calçada de pedra, num orifício de um muro com seus descascados e musgos. Vem
linda, imponente, querendo dizer, eis- me aqui... Tenho sim meu lugar neste
mundo de mil cores, brilhos e sombras.
A exemplo desta sempre-viva, ao chegarmos na estação do Outono, o nosso cérebro nos dá
condições físicas para que façamos as nossas escolhas, terra fértil, onde
renascem esperanças, sonhos, desafios, aqui, acolá, nas frestas regadas pela
chuva de verão. Tempo de se caminhar com
pessoas afinadas, com nossos desejos de vida, que nos dão prazer. Não com
pessoas que insistem em se lembrarem apenas, “das tardes de domingo, velhos tempos,
belos dias”, foram; não mais existem. A
festa de hoje também será recordação, amanhã. Pessoas que entendem a fugacidade
do tempo, os fatos inevitáveis, a falácia... Pois, sim, não sejamos modorrentas, ainda é outono, há
folhas, flores, com cores intensas, fortes,” bordadura de nossos canteiros,
ainda viçosos, orvalhados pelo orvalho sereno, caindo como um Maná”.
Bauru,
“cidade sem limites” nos oferece
diversas oportunidades entre as quais
temos a liberdade de escolhermos projetos com conceito de “viver melhor” , de
amaciar nossa alma com alegria e irradiá-la como círculos nas águas de um rio,
ao lançarmos uma pedra.
Dias
de muita alegria, descontração, vivemos ao nos apresentarmos no Fashion Day
organizado pela UATI, ( Universidade Aberta da Terceira Idade da USC) dentro do
Projeto “BAILA Comigo”. Um desfile de moda com 40 participantes, outonando, com a
alegria do Verão, e a esperança da primavera. Há vida sim senhor, no Outono.
Mais pausada, mais tranquila, mais
ponderada, onde nos cabe com o nosso sorriso largo, o brilho dos olhos, contarmos
a amigos e familiares, assim como a flor... Eis- me aqui... Bailamos a vida, com a música que nos dá,” mas o ritmo
é comandado pela nossa batuta, pelo maestro que existe dentro de nós”. Na UATI
brincamos a vida, nela própria. Na Estação Maturidade, a bússola, que nos
mostra o Norte... vem ...vai...podes viver com mais sentido, com mais gosto,
com mais amor próprio.
Outro fato que me foi desafiador, impelida pela
necessidade; dirigir em São Paulo. Estrada engarrafada, rodoanel, sem antes
sequer ter experimentado tal façanha.
Acho que me sai bem, pois os meus acompanhantes até dormiram rssr Este espírito de vida, de fortaleza que me
sopra o Espírito Santo, faz - me
arrojada, aventureira, para o melhor de mim. Esta energia vem da minha paixão
pela vida, por acreditar em um
Deus que nos presenteia todos os dias, e espera que a administremos em sua plenitude, em sua
abundância. Não se esmaece de todo, no outono.
Apenas nos dá bom senso no risco calculado, mas não nos inibe o desejo, a vontade de envelheSER, sendo parte ativa deste Universo.
Seremos viajantes com nossas características, sendo: copo- de –leite, violeta, azaleia,
rosa...é tempo de colheita, não de se
querer mudar o que somos em nossa essência, mas nos revestirmos de uma roupagem
mais leve, com mais luz. Cada um com o seu
perfume, com o seu colorido enfeita, dá aroma ao seu canto, no canto deste mundo.
Somos pássaros, voando em V, nos revezando, ora animando, ora encorajado. Ao
chorarmos, alguém seca nossa lágrima, chegará a nossa vez do consolo, do abraço,
que nos desmonta, que nos afaga e salva
da solidão, do silêncio do amor.
O inverno ainda não chegou...
fonte "As quatro estações de Adelaide Reis de Magalhães"