11 de ago. de 2014

Outono



    


      
                                               fonte google




        Queridos amigos, senti a necessidade de retornar às minhas crônicas. Sem explicações aparentes rondaram  em  minha mente e coração, “ensaios de poesias”. Elas foram aflorando, aflorando, e eu apenas registrando palavras que minha alma me ditava.
  Outro desejo foi ler, ler, ler. Alimentar-me para continuar esta aventura da qual lhes falo e me exponho.
  Nos últimos meses vivi experiências de alegria, de desafios, do novo, os quais valorizaram, engrandeceram  a estação do outono, na qual eu me encontro.
 Assim como a Natureza, nossa vida se veste das 4 estações e nelas moram não só a nossa alma, mas o nosso cérebro, o qual vai nos fornecendo informações como bem aproveitar cada estação, com todo o seu encantamento.
   A primavera onde tudo é força, impulso. Os brotos da flor rompem com a energia da seiva da vida. Está tudo por construir, por conquistar. O mundo nos espera. As chuvas são mansas, a brisa vem de leve, não querendo estragar as tenras flores que estão começando a desabrochar.
  Ah..o Verão... vem com o Sol, com o dourado das conquistas, dos afazeres, da economia ativa, casamento, filhos... Chegam as chuvas torrenciais, passageiras, ou intermitentes,  encharcando os prados, a relva, lameando as estradas. Prenuncio de nossa luta diária, pela sobrevivência do humano, da alma. A luta pelo emprego, pelo carro, pela casa. O tempo é de se fazer... edificar  prédios,  alicerçados na vontade, no caráter, nos valores, no abrigo para as próximas estações. Desafios  surgem aos jovens casais, inexperientes em conciliar família e trabalho, para que os valores não se invertam, para que a atmosfera de amor envolva a casa, se fazendo lar.
Mas o tempo, não nos espera, não pára. E neste corre-corre, chega, sem que percebamos a fase do outono, onde a beleza da Natureza muda de cor, de intensidade. O vento sopra, baila , derruba de um jeito charmoso  as folhas coloridas do alaranjado ao rubro; caem, e vão tapeteando as calçadas, as ruas e jardins. Senão está presente a beleza das copas verdejantes das árvores., das flores do alto, tem –se  o encantamento do espetáculo de multicores, de quem já pisa em folhas secas, com ruídos característicos, em terra firme, com mais humildade, olhando seus pés,  suas raízes fincadas  durante uma vida. De repente, neste outono se vislumbra uma sempre- viva vermelha, rosa, amarela, surgindo na fresta de uma calçada de pedra, num orifício de um muro com seus descascados e musgos. Vem linda, imponente, querendo dizer, eis- me aqui... Tenho sim meu lugar neste mundo de mil cores, brilhos e sombras.
  A exemplo desta sempre-viva, ao chegarmos na  estação do Outono, o nosso cérebro nos dá condições físicas para que façamos as nossas escolhas, terra fértil, onde renascem esperanças, sonhos, desafios, aqui, acolá, nas frestas regadas pela chuva de verão.  Tempo de se caminhar com pessoas afinadas, com nossos desejos de vida, que nos dão prazer. Não com pessoas que insistem em se  lembrarem  apenas, “das tardes de domingo, velhos tempos, belos dias”, foram;  não mais existem. A festa de hoje também será recordação, amanhã. Pessoas que entendem a fugacidade do tempo, os fatos inevitáveis, a falácia... Pois, sim,  não sejamos modorrentas, ainda é outono, há folhas, flores, com cores intensas, fortes,” bordadura de nossos canteiros, ainda viçosos, orvalhados pelo orvalho sereno, caindo como um Maná”.
  Bauru, “cidade sem limites”  nos oferece diversas  oportunidades entre as quais temos a liberdade de escolhermos projetos com conceito de “viver melhor” , de amaciar nossa alma com alegria e irradiá-la como círculos nas águas de um rio, ao lançarmos uma pedra.
   Dias de muita alegria, descontração, vivemos ao nos apresentarmos no Fashion Day organizado pela UATI, ( Universidade Aberta da Terceira Idade da USC) dentro do Projeto  “BAILA Comigo”. Um desfile  de moda com 40 participantes, outonando, com a alegria do Verão, e a esperança da primavera. Há vida sim senhor, no Outono. Mais  pausada, mais tranquila, mais ponderada, onde nos cabe com o nosso sorriso largo, o brilho dos olhos, contarmos a amigos e familiares, assim como a flor... Eis- me aqui...       Bailamos  a vida, com a música que nos dá,” mas o ritmo é comandado pela nossa batuta, pelo maestro que existe dentro de nós”. Na UATI brincamos a vida, nela própria. Na Estação Maturidade, a bússola, que nos mostra o Norte... vem ...vai...podes viver com mais sentido, com mais gosto, com mais amor próprio.
  Outro fato que me foi desafiador, impelida pela necessidade; dirigir em São Paulo. Estrada engarrafada, rodoanel, sem antes sequer ter experimentado  tal façanha. Acho que me sai bem, pois os meus acompanhantes até dormiram rssr  Este espírito de vida, de fortaleza que me sopra o Espírito Santo,  faz - me arrojada, aventureira, para o melhor de mim. Esta energia vem da minha paixão pela vida, por acreditar em um Deus que nos presenteia todos os dias, e espera que a  administremos em sua plenitude, em sua abundância.  Não se esmaece de todo, no outono. Apenas nos dá bom senso no risco calculado, mas  não nos  inibe o desejo, a vontade de envelheSER, sendo parte ativa deste Universo. Seremos viajantes com nossas características, sendo: copo- de –leite, violeta, azaleia,  rosa...é tempo de colheita, não de se querer mudar o que somos em nossa essência, mas nos revestirmos de uma roupagem mais leve, com mais luz.  Cada um com o seu perfume, com o seu colorido enfeita, dá aroma ao seu canto, no canto deste mundo. Somos pássaros, voando em V, nos revezando, ora animando, ora encorajado. Ao chorarmos, alguém seca nossa lágrima, chegará a nossa vez do consolo, do abraço, que nos desmonta,  que nos afaga e salva da solidão, do silêncio do amor.
O inverno ainda não chegou...

                   

                                                       fonte "As quatro estações de Adelaide Reis de Magalhães"

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