28 de dez. de 2013

Afinal, é Ano Novo !!!

     



  Com o deslumbrante nascer do Sol de Maceió; eu dou as boas vindas ao Ano de 2014. Mais um dia, mais um ano... venha com sombras, luzes e encantamento...




     Na ciranda da vida, ciclos se encerram, outros se iniciam, “começam outra vez”. Que bom que seja assim!  A continuidade da vida e na vida, me dará a oportunidade de transgredir, de me descobrir , redescobrir, de me  encontrar. É bom conviver com a minha sombra, com a minha luz só por hoje, só neste mês, neste ano, como se fosse o último. Neste jogo de luz e sombras dançamos a vida e rodopiamos e cantamos, neste palco do cotidiano. Esta vida já me colocou na roda, sem nem mesmo me perguntar se eu sabia dançar. Até que tenho me saindo bem! rsrs.
    A beleza dos fogos de artifício, já está preparada para a virada, para o movimento de se dizer adeus a mais um ano que se vai. Com muita luz, cores, explosão. Mensagem de  otimismo, de paz, invadem o facebok, e-mail, mídia, formando uma corrente na busca pela felicidade.  Que por sinal está aqui e não acolá. As promessas retornam; metas e mudanças  e vida nova e transformação. A “docilidade, o conto de fadas da vida”. E por que não?  O querido Bispo D. Padin  dizia “que precisamos sonhar muito, mas muito mesmo, porque são poucos os sonhos que se realizam.”  Outros,  não pensam em  projetar sonhos. Preferem esperar que a vida  os surpreenda com emoções, com o inesperado. Gosto também desta alternativa! Talvez o melhor vivido, tenha sido mesmo, o que a vida nos presenteou, sem mesmo constar em nosso “checklist’ de intenções. A surpresa me encanta! O passeio não programado; a viagem que aparece de repente; a atenção de um convite; um presente; novos amigos, uma mensagem, novos grupos de interesse, encontro com pessoas, família, flores, sorrisos recebidos do nada;  dá sabor à vida, a faz interessante, gostosa! Sabe até o que me faz sorrir?  Receber uma mensagem inbox, só para mim. Vibro com aquela janelinha me chamando, simples, assim. Ouvir uma gargalhada na rua...  
E o que falar das surpresas que o nosso bom Deus nos presenteia todos os dias?  Tantas são as graças!
   Não  sei se é   verdade, ou, "psicologicamente falando”, nesta época queremos ser mais leves, mais esperançosos, generosos, com mais vida interior. Vem o desejo de ser intenso, inteiro, em tudo. Apaixonar - se  e se deixar apaixonar por tantas coisas... por  tantas pessoas... Colocar cor, brilho   em nossa relação com o Universo, torcendo para que ele conspire a nosso favor. Quem não quer?
     Lutamos para aprender a dizer não, “ para dar espaço ao sim, ” desatar as amarras, os nós que me impedem de dialogar com a vida, com o irmão, comigo mesmo. Na  transgreção de que lhes falei, vem a coragem de abrir aquela porta emperrada, pelo  medo, pela  insegurança que me impede de explorar o desconhecido. -- Escancaro a porta porque não sei fazer nada, mais ou menos, nada, pela metade.  Ela me surpreenderá? Não sei... Posso até ter que cantar,  depois...” se sofri, ou, se chorei... o importante  é que emoções eu viviiii.” Eu me desinstalei, me desconstruí por um novo jeito de viver.  Não precisa ser nenhum fato mirabolante, não. Apenas, o não experimentado.  Lá no fundo alguém me diz: “Atreve – te.”  Este movimento de me lançar me faz sentir viva! 
   Em 2014 quero construir um amor; por mim. Sem falsa modéstia, sem olhar tímido ao ouvir um afago. Sem palavras de menosprezo.  Na Estação Maturidade aprendemos a dizer: “que bom que você reconhece isto em mim”, ao sermos agraciados por um elogio, agradecemos.  Afinal... foi  Deus quem nos fez e “nos quer sorrindo” e nos quer bonitos e nos quer plenos. É o meu amor próprio, “o me gostar”   que me fará amar, amar, amar... Inserir - me na perspectiva de ser feliz. Criar felicidade! Iluminar caminhos!
      Final de ciclo combina com reflexão. É bom parar! Sentir  o nosso    corpo.  Conhecê – lo.  Por onde ele somatiza  seus limites, sua exaustão? Seu contentamento?  Como me predispor ao novo, se não  conheço o velho? Ser novo: onde, no quê?  Não serei eu, a me mudar?  O corpo fala!  O olhar não mente. Na vitrine do meu olhar, o que se exibe? Estrelas cintilam?  Medo? Tristeza? Esperança?
 Como este Blog fala do cotidiano, não me permito só falar dos brindes, de taças,  borbulhando; sem falar das mazelas que nos surrupiam a vida. Mas também não quero falar da Copa, das eleições. Quero falar de gente! 
      Como gostaríamos de, por alguns momentos, introduzir recortes em nossa vida e elegermos o triângulo, em que gostaríamos de nos aninhar. Esquecer o mundo!  Porém, sabemos que chuvas continuarão a cair, a molhar a terra, desmanchá-la e desmoronar. Rios não suportarão o volume extraordinário de água. Eles se alastrarão muito além de suas margens, inundando vidas, sequestrando  sonhos. Com a virada do ano, a cracolândia não se fará invisível. E muitas e muitas outras situações estarão aí, no primeiro dia do ano. Então quem é este Ano Novo de paz de amor, de felicidade que estamos desejando?  
      Ele transita pela nossa mente e desce  até ao coração, fazendo que o Ano Novo desejado se faça presente na maneira de acolher, de abraçar os sofredores. Na compaixão!  No resgate de sua dignidade, de sua esperança. O sonho de que tudo isto acabe. Cada um encontrando seu lugar neste mundão de meu Deus. Não por decreto, mas por projetos, pelas famílias. Também eu, tenho resgates a fazer, ou, não?   O Ano Novo feliz exige que o Estado cumpra o papel que lhe cabe. O desgoverno nos faz conviver com a sofrida mistanásia, perda precoce, morte evitável nas tragédias, nos corredores dos hospitais, nas ruas.  O Ano Novo que sonhamos, saudado com músicas e “champagne”   provocaria mudanças; atitude austera onde a VIDA seria prioridade, pensada, amada. Todos teriam vida. É Ano Novo !
     Em algum momento, a vida nos pede um enfrentamento com o olhar de “tigre”. Este olhar que encara a vida de frente, com a energia benéfica da raiva contida, direcionada como a força de um ar comprimido.  Da vontade de fincar nosso dardo bem no centro do alvo. O olhar de garra; de foco de quem sabe aonde quer chegar, e a que veio.  Como um felino que espreita e ataca. Digo e repito aos meus filhos: tenham olhos de “tigre”. Sem ele não se galga vitória. Olhos mornos nos deixam pelo caminho, não entramos na história. Olhos de "tigre" suavidade nas palavras, é bom.
  A vida se faz triste num piscar de olhos; a esperança nos conta que haverá um piscar bem próximo, que há de fazê - la  alegre de novo e de novo... Como poderemos iniciar um ano, sem esta esperança?  O nosso próprio Deus diz que nos trouxe ao mundo para sermos felizes. Quem irá contestar?
     Quem não quer ser melhor, em 2014? Ser feliz? Mas é trabalhoso! Exige  renuncias, silêncios, suportar arranhões; mudar nosso olhar do cotidiano. Eu poderia dizer: não consigo! Jesus me diria: Eu sei,  meu querido.  Comigo, é possível! Colocar-se nas mãos do Oleiro como um barro bem molinho... suave... e se deixar moldar,  se entregar  na gratuidade, na liberdade do Seu Amor. Seria um Ano Novo encantador!
     Estamos em contagem regressiva para o Ano Novo, do calendário. Mas o meu, o seu  Ano Novo já pode ter acontecido em outubro, ou, outro dia qualquer. Quem sabe... No dia em que você teve que “pegar” no tranco, empurrou, solicitou ajuda e foi... Naquele dia que se amou, e se fez bonita. Naquela manhã que conseguiu comer só meio pãozinho, exigência da sua saúde de sua estética, da sua vontade. Naquela noite em que a oração, o fez  ficar muito perto do seu Deus. Sentiu que Ele “te sonda e te ama”. E se modificou...  No domingo,  olhando sua família pode dizer...” é  aqui que eu quero ficar”. Quando voltou da manicure com sua unha esmaltada de azul, verde. Mudança!  Na tarde que olhou para o pedinte e o reconheceu como irmão, despertando a vontade de ouvir sua história e ser mais caridoso. Ou, no momento que se fez perdão por você; por aquele que o espera há muito tempo.  Ah.. no  dia em que começou suas aulas de dança, de zumba, de musculação, caminhou... No momento em que sorriu, e colocou o bom humor na sua relação... Alguém agradeceu por isto. Naquele cantinho que encontrou para se deliciar com um bom livro e disse: este tempo é meu ! No dia que mais agradeceu e menos resmungou.
  Poderia, o meu Ano Novo ter começado no dia 28 de outubro, ao nascer este Blog?   Pequeno, simples, mas  "o transpor a porta" me é significativo, prazeroso ! 
   Agora, eu lhe darei a oportunidade de um registro: quando o seu Ano Novo começou? Não se lembra? Dia 31 de dezembro está chegando... encontre - o dentro de você. Feliz Ano Novo...
   Ciclos se fecham, outros irão nascer e nos abraçar... Agradeçamos! Aproveitemos a nova chance de ser feliz!  
    Abraço apertado, amigos. Afinal é Ano Novo. Tim...Tim.

  


20 de dez. de 2013

Amigo Virtual





                                                               

fonte Google



 Homenagem aos amigos carinhosos e às demais pessoas que visitam este blog. Obrigada, mesmo. Vocês me surpreendem, provocam sorrisos, ternura. Ter amigos é   bom... é muito bom

           Amigo Virtual


Na janela virtual “outros” , uma pessoa a esperar
Não tem como chamar. Nem mesmo como tocar.
Nem uma fresta para espiar. Nem um vidro para acenar
Da curiosidade do outro, dependerá.
Passam dias, semanas, até adicionar.
Medo do novo? Cautela no ar?

Pois é, amigo...
Há dias não sabia do seu nome.
Hoje sei da sua dor, tento fazê- lo rir.
Pois dizem que o riso; até cura.

No face contam o santo.
Mas, o milagre, poucos desvendam
Ah... Se curiosidade matasse...
Embora não saiba quem,
O quê alimenta sua dor,
Palavras de conforto, envio
Porque dor é dor, seja a causa que for.

Amigo, chuva de quê; o fará feliz?

A maturidade nos harmoniza e diz que tudo passa.
As estações se alternam, Sol, Lua , também.
Mas, até que a próxima chegue; com promessas
De felicidade, paixão, paz...
É preciso” muita força, muita força.”
Força que vem do encanto dos encontros.

Encontro com o nosso mestre interior
Que grita: Você pode!
Encontro com a família.
Ah... família! Ninho, confiança, coração.
Encontro com os amigos
De longe, ou de perto.
Os virtuais...
Não nos tocam, mas nos afagam
Com mensagens, com rsrs.
Encontro com a oração.
Caminho que nos abraça ao Nosso Deus.
Esperança, sentido da dor
Encontro com Deus. Sacrário que nos protege, nos liberta
Encontro com livros, música, artesanato, poesia, dança...

Amigo virtual, chegando de mansinho...
Partilhando do que sou
Do que me encanta, emociona,
Do que me traz indignação.
Conquistando meus cuidados
Meu carinho, atenção
Vivendo as alegrias, como não?
São tantas...

Amigo antigo, novo amigo.
O que importa? Adicionado está. É só clicar.
Ler o mundo com o meu olhar
Enxergar os fatos com o seu olhar
Ressignificar com o nosso olhar.



                                   Bem – vindo

Cartão de Natal artesanal

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   Olha só o cartão que eu confeccionei, inspirado na poesia 'galho seco, folha verde, esperança". O fundo é feito em tricô com linha vermelha e dourada; o galho, as folhas, aplicados em lã. Os enfeites da árvore; botões com motivo de Natal. 


  Esta frase me marcou em 2013. Troca de cartões na Estação Maturidade. Quem recebeu foi a nossa querida amiga D. Quinha .  

                   Feliz Natal. Folhas verdinhas para todos nós.
                                                              

6 de dez. de 2013

É NATAL !!!

         

                                                                     



fonte Google


    Amigos, quero agradecer a vocês  porque sinto em cada coração, um presépio.
    Presépio que me acolhe como sou, me acalenta e me anima,.
    Desejo um Natal iluminado; com toda ternura do olhar de um  Menino; que viveu o AMOR no cotidiano, nas coisas simples, nas pessoas vulneráveis, ou, não. É Natal; Feliz ! Abraço carinhoso da Olynda. 


                                                              


                                                    É Natal...


Galho seco, folha verde; Esperança.
Esperança que nasce
Do Amor de um PAI
Do Sim de uma Mulher
Da vontade do Espírito.                                                                 
O parto que gera vida
Vida em plenitude.

“Da Cepa brotou a rama
Da rama brotou  a flor”
Da flor; Verbo Encarnado
Floresce o Amor, a compaixão
A ; transformação.

 É Natal
Um lugar; uma Criança; uma família
Animais; natureza...
O arco da vida a ser cuidado.
Do sorriso da criança,
À sabedoria do idoso
A preservação da vida.
É o nosso presépio.
Presépio do cotidiano
Onde se acolhe Jesus.

É Natal...
Momento para se lembrar
Que a nossa vida é vivida
Em reticências... Em espiral
Caminhar, buscar...
Ser melhor, santificar...
Amar, sonhar...
Perdoar, louvar...


JESUS NASCE
Eu nasço com Ele. Por Ele e Nele
Na luz das árvores; a Luz de Cristo
Na Ceia de Natal; a partilha
Nos presentes; a acolhida
Dos irmãos; da humanidade.
Do humano à divindade

Agora... É NATAL
                            Alegria! Alegria!

19 de nov. de 2013

Galho seco, folha verde; esperança


 Queridos amigos. Ao despertar, no dia 13; meus olhos foram se abrindo vagarosamente,  trazendo à minha consciência, este texto estruturado, prontinho.(seria poesia?)  Eu me levantei; abri o computador e simplesmente digitei. Louco, não é? Resolvi partilhar com vocês esta primeira experiência. Amei a figura!!! Os olhos verdes, emoldurando os galhos secos, como se fossem folhas verdes, marcando o campo da esperança; materializa a mensagem da poesia.



                               fonte Google




  Galho seco, folha verde; esperança...



Sentada à beira da estrada

Pé na terra, empoeirada
Caminho a perder de vista                                                           
Como em um sarau
Da natureza, ouço
Acordes, silêncio
Barulho, silêncio, música
Vou pra onde?
Quem sou eu?  Qual sonho?  
Terra plana,
Emaranhados...
Que a vida me prepara?
Eu construo?
Galho seco, folha verde
Esperança...

Poeira, vento no rosto
Chuva, brisa, névoa
Sol que aquece; ilumina caminhos                      
A caravana passa...
Mãos convidam
As minhas me laçam
Galho seco, folha verde
Esperança.

Movimento!!  Eu vou...
Pegadas na terra seca, molhada
Areia, lama
Um passo, outro passo
Distância
Horizonte, arco-íris
Partida e chegada
Galho seco, folha verde   
Esperança

     Eu vou... Eu vou...                                                           
                                                                                     

3 de nov. de 2013

A vida entre Quatro Estações.

 fonte Google


  
   Certa vez eu li no FB. que os mortos recebem mais flores, por remorso. Então comentei: pode ser por amor, também.
Na escola da vida meus pais eram doutores. Sabiam exatamente o dia em que deveriam  plantar, semear as margaridas, as rainha de margaridas, as palmas de Santa Rita para que florescessem na época de Finados. Aquele tapete colorido era colhido de madrugadinha. As braçadas de margaridas,  alvas, como a alma do seu José e da D. Malvina, e as demais flores não eram por remorso, mas uma oferenda de gratidão, de amor aos antepassados.
  No Jardim do Ipê a administração tem a sensibilidade de colocar música clássica, como fundo,  nos envolvendo em uma paz inexplicável. Para muitos pode soar estranho, mas eu me sirvo da sombra de uma árvore e ali fico longo tempo, conversando com o João sobre o passado, presente e o futuro da nossa família. Nossa saudade e nossos sonhos.
   Olho para o entra e sai de pessoas e me pergunto qual seria a história de cada um. Penso na minha também.  É uma cena no plural, mas a essência deste dia, é no singular. A saudade que  aperta, que dói é só nossa. Seu grau depende como as pessoas vivenciaram as Quatro Estações, antes da passagem, antes do ir...  Nós passamos entre as  Quatro Estações  durante a vida cronológica, ou, até mesmo em  um só  dia, em qualquer idade.
 Como aproveitamos a Primavera que Deus nos presenteou? Períodos, onde tudo são flores.  Vamos, aos  poucos, nos recordando da vida que renasceu em cada bebê da família.  As conquistas; sucessos; festas de casamentos; de aniversários; formaturas as quais gostaríamos que fossem eternas. O carro, a casa nova e por aí vai. Saúde!! Nossas viagens, férias. Porém, não temos grandes feitos, todos os dias. O nosso coração não suportaria tantas emoções, nem nosso bolso rsrs.  Neste dia que amanhece, trazendo vida, luz, esperança contamos com nossos amigos, família, nossa Fé que nos amparam, fortalecem,  nos enriquecem. E o que dizer de  outras primaveras  do cotidiano: um banho gostoso, comidinha quentinha. Que delícia escovar os dentes! Um copo de água fresquinha.  Vai me dizer que essas coisas não nos fazem felizes, não colocam cores em nossa existência? Um bom bate – papo, acertando “os ponteiros”, contando as novidades com bom humor. Um sorriso, um elogio, um bom dia, um convite, música. O abraço não pode faltar... Agradecer, louvar a Deus por tudo: é primavera, em qualquer situação.
   Temos época de Verão. Muita luz! Muito calor! Muita energia! Muita coragem! O bom estresse que nos faz caminhar, agir, tomar decisões. Lutar contra injustiças. O calor  da raiva que nos faz conhecer os limites; nossa libertação. A maneira apaixonante com que fazemos nossa caminhada, a qual deveria ser simples e ao mesmo tempo  intensa. Jesus foi tão simples e amou tanto, não é? Costumo dizer que muita luz ofusca nossos olhos. Irradiar esta luz, com humildade, sem ofuscar a luz do outro é   sabedoria, é amar.
    Ninguém foge do Outono, quando as folhas teimam em ficar amareladas, caem; mudam a paisagem. Linda também, mas de outro jeito. O sentimento de abandono, até de tristeza; a gota da chuva que escorre mais ligeira, pois não há rama para atenuar sua queda. Tardes mais tristes, “ventos mais fracos”. Mas, quem disse que aquela árvore não vai novamente ter sua copa verdinha, florida, com os pássaros a cantar? Não as mesmas folhas; outras... Eu gosto do Outono. Na brisa  é que Deus nos fala, na penumbra nos acalmamos.
   E não é que o inverno também chega? Menos luz, dias mais curtos, um frio que envolve a alma, o corpo. Vontade de ficar em casa, quietinha, sem muita prosa. Ausência, silêncio. Se fizermos o caminho para dentro de nós mesmos, podemos nos acolher, nos acalentar com um café, um chocolate, bem quentinho. Colocar uma “meinha” no pé, um cachecol; sentir o calor que nos anima para enfrentar esta fase. Jovens, podem ter seu Inverno, também. Ah! Sou  eu  mesma quem me faço mais aconchegante, viu? O inverno tem o seu encanto, sua poesia. Já me falaram que o idoso volta a ser criança. Que tal sairmos por ai, fazendo algumas artes? Procurando nossa turma, dançando, passeando, conversando, vivendo em comunidade.  Lançando um Blog? rsrs.
    No meu silêncio, imagino a vida dos que se foram pra junto de Deus Pai.  Terão encontrado a paz, ou, continuado na paz em outra dimensão.
  Alguns tiveram mais Primaveras, outros mais  Verão,  Outono, ou mais Inverno. Por eles mesmos?  Pelos outros?  Como saber?

 Acredito que levaremos para o outro lado, apenas as nossas Quatro Estações, vivenciadas na grandeza do amor; o que somos, o quanto amamos e nada mais...

Flores... Por remorso? Se as pessoas deixaram para amar   depois, talvez não tenha dado tempo.  Por reverência? Cada um construiu e reconstruiu a sua trajetória, sua história, como quis,  como soube, ou, como pode. Quem disse que a vida é fácil?

 Uma amiga tem como tradição preparar um delicioso jantar típico de alguma cultura, para homenagear os familiares, amigos que se tornaram invisíveis, jamais esquecidos.  Que jeito interessante de sentir saudades, de amar!

 Por hoje é só. “quem quiser que conte outra”.



28 de out. de 2013

Nasce um Blog

     Família, amigos... Momento de abrir a caixa surpresa.
Vejam até onde chegou a minha ousadia e coragem.
Pode ser que apenas eu, ache este blog bonito, interessante; “como uma mãe que admira seu próprio filho”. Mesmo assim, resolvi me arriscar neste espaço de interação. Quem sabe alguém também o ache “bonitinho” e até resolva brincar com ele. rsrs.
A minha proposta é falar sobre o olhar do “cotidiano.” Onde os pequenos gestos carregam em si uma gama de sentido, de valor, de alegria.
 O poeta Almir Correa nos diz: ‘não engavete o assunto, senão ele morre sufocado. “Quem gosta de gaveta é lenço, toalha e deputado”. Segui seu conselho, e olhe no que deu; o lançamento do Blog “O OLHAR DO COTIDIANO”. O olhar no qual eu acredito. O olhar que me faz feliz. O olhar que me faz louvar, amar, agradecer, me reinventar. Viver o simples com intensidade.
Ser lançado neste dia 28/10/2013, não foi por acaso. Ele ainda precisa de ajustes. Então por que lançá-lo? Pois bem, hoje seria aniversário da D. Malvina, nossa Mãe. Não é família?
Conto para vocês, apenas uma de suas inúmeras sensibilidades do cotidiano, as quais nos enchem de ternura, gratidão e saudade.
 Por ocasião de nossos aniversários, nós não éramos presenteados por esta mulher forte, guerreira. Era mais que isto! Éramos homenageados. Ela nos acolhia em seu enorme coração, com um buquê de flores colhido em seu imenso e lindo jardim. D. Malvina alisava os papéis de presentes recebidos e os guardava embaixo do colchão. Em uma gavetinha guardava os laços, fitas de cetim, florzinhas. Tinha tudo à mão para enfeitar “seu símbolo de amor,” Neste seu gesto, neste seu abraço transmitia seu calor, sua vida, os quais se prolongavam em nós. E como nos sentíamos amados naquele momento!
“Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas”. Nossas mãos eram perfumadas por aquelas mãos sujas de terra, que cavoucavam, plantavam, regavam, colhiam.
  Hoje eu penso: como nossa mãe conseguia fazer tanta coisa em um dia só? E os doces, bolos, bolachinhas, compotas, comidas, pães, roupas. Ainda costurava guardanapos artesanais, como presente de Natal. D. Malvina “não era fraca”, não.
  Ah! Mas não passava um sábado que não fizesse sua mão,     preparando – se para o domingo, Dia do Senhor. Gostava de receber sua família para o almoço, sempre bem arrumada. Era muito vaidosa! Ora se era!
  Por isso e por muito mais, eu ofereço este Blog à senhora, D. Malvina, nossa mãe. Uma mulher que amou; que sentiu o seu ser solidário, prestativo, dentro deste “olhar do cotidiano”. A exemplo de Maria, D. Malvina percebia onde estava “faltando vinho”, a necessidade do outro e intercedia. Coisas que o dinheiro não compra.
Mãe me desculpa. Não repare no meu jeito simples de escrever, na minha homenagem, mas é de coração.
 Mãe, tantas mãos teceram o meu caminho, construíram a minha imagem. Muitas não consigo me recordar, mas as suas foram as mais fortes, as mais acolhedoras; as que indicaram o caminho; que se abriram quando precisei voar...

    Agradecimentos

À minha família e amigos, meus primeiros leitores, carinhosos.
Eu brinquei em fazer um blog. E não é que embarcaram nesta ideia?
À UATI, à Estação Maturidade, que me faz reformar, ou mudar minha casa interior.
À Eloisa que se debruçou em cima do layout, do perfil e estética do blog.
Ao Amilcar que deu forma a tudo isto.
Sem eles... rsrs.  Eu ainda vou dominar a máquina.
Aos meus filhos, que me constroem a cada dia.
  
Ao Deus nosso Criador, que me fez inquieta.
Confesso a todos que estou ansiosa, mas feliz por vencer o medo de me expor; da minha preguiça; de tornar público minha fome, minha sede de se por a caminho; de ir além dos horizontes antes deslumbrados.
      Estou me reinventando aos 60 e tantos anos...Vem comigo?  
    



23 de out. de 2013

Vários tons de Rosa.

O olhar do cotidiano...


Quarta – feira, chuvinha silenciosa, dia nublado, cinza, até. Muitos se deixam influenciar por este tom e o dia começa amargurado. Em contra ponto a esta sensação eu me levanto, querendo amar a Deus e o mundo. Uma força, do nada. Um sentido de movimento. O mesmo que nos faz girar e girar num palco, dar um passo e mais outro, em busca de... não sei. Talvez apenas a alegria por viver.
Eu me lembrei de um amigo, empresário de Leilões. No meio do leilão dos animais ele grita “para tuuuudo” seu jargão peculiar rsrs.   Assim eu fiz. Parei tudo. Precisava escrever.
Ontem, dia do Professor.  Mestres reverenciados. Mensagens emocionantes, sentimentos de gratidão, cumprimentos, desejo de valorização, saudades foram mesclando a página do FB.
O meu olhar cotidiano se recordou de atitudes simples que podem transformar um ambiente hostil, em aconchego, em alegria por estar naquele lugar, naquela hora.
Certa vez recebi uma professora transferida para “minha” escola, com uma margaridinha amarela, solitária em minhas mãos. Ao abrir a porta, ela me encontrou com aquela florzinha tão pequenina e um grande abraço de boas – vindas. O sorriso e o brilho nos olhos não serão esquecidos nem por ela, nem por mim.
Como tenho saudades das reuniões com os alunos, em momento de conflito! Nós nos reuníamos na sala dos professores, no pátio, nunca na Diretoria. Um lugar onde os envolvidos pudessem se expressar livremente, colocando para o grupo suas amarguras, suas amarras. Ao terminarmos nosso diálogo não se exigia pedidos de desculpas, de perdão, naquele momento. Eles conversariam e quando quisesse reatar a amizade, ela aconteceria. Como eles dizem “numa boa.”
Cada aluno fazia um caminho para seu interior, para o seu mundinho.  Era um momento de se descobrir o porquê da violência, da palavra mal falada, da falta de respeito.  Os alunos já conheciam o teor da reunião. Chegavam e já iam dizendo...vamos lá D. Olynda. Vamos descobrir onde está o “foco” da briga. rsrs. Quem começa? Que bonitinhos! Este caminho de solução quem me ensinou foi o querido Prof. Romualdo, no CEFAM. Ele sempre dizia:
_ “Diretora, é preciso descobrir o fato gerador do conflito. Pode estar láaaaa atrás.”
É bom ter sucesso nas negociações, não é?  E o sorriso daquelas crianças ao serem ouvidas, ao serem respeitadas em sua individualidade?  Não sendo massificadas por um sistema de punição?
Assim, ganha o aluno que toma conhecimento de um novo jeito de agir, por meio do diálogo. Ganha a equipe que visualiza uma nova maneira de ser escola. Ganha a escola que passa a ter a harmonização de si mesma, com a comunidade e com o mundo. Como se diz: “o bater das asas de uma borboleta aqui, se faz sentir no Amazonas.”
Em minhas divagações penso que a vida, assim como a escola, tem muitos tons de cinza. Poderíamos jogar uns tons rosa, não é? Ah, ficaria bem mais colorida.  Não o rosa da alienação. Não o rosa que nos faz esquecermos-nos do desgoverno, das lutas pela dignidade.  Mas, o rosa que surge, ao não permitir, que me sequestre o sonho de ser professor. Tudo, menos isto!  O rosa, da boa convivência, do abraço, da gentileza, da minha própria valorização. O rosa “pink” que me leva aos atos públicos de protesto, mas que me conduzem também à pesquisa,  ao estudo.  O rosa que.......
Com licença Rosane, mas amei as palavras ditas por você, aos seus alunos no primeiro dia de aula. “Não tenham pena de mim. Sou professora porque quero. Porque eu escolhi” rsrs
É isto! É este rosa, é este rosa!

No amanhecer, agora no escurinho do horário de verão, faço a minha oração.  Senhor Jesus, não me faça refém do desânimo, da descrença, do cansaço... Eu sei do meu esforço, do quanto eu realizo. Coloque cor na minha vontade, nos meus alunos, no meu rosto, no meu dia, no meu sonho. Coloque, coloque, coloque. Quero sentir este movimento que me lança, que me impulsiona.
Ah... Pode colocar cor nos governantes também, eu deixo rsrsrs. Amém
A imprensa não divulga, mas existem escolas com tons de rosa. Tem sim.


“Por hoje é só. Quem quiser que conte outra”.







O despertar de uma criança para a beleza da arte.

O olhar do cotidiano.....



Há dias eu li na fala do Félix "que na era do Facebook, telefonar se transformou quase em um ato de amor". Pois é, tínhamos a visita ,um café, um dedo de prosa, um abraço. Hoje, nem a voz dos amigos. Diante desta fala; eu sou feliz, porque recebi no meio da tarde, uma ligação da minha neta Maria Eduarda, perguntando: Vovó, onde você está? Eu estou visitando uma exposição . Ela completou:" vovó você encontrou aí, um quadro do Romero Brito?" Como assim? Uma menina de 8 anos, liga de Bauru para São Paulo, para me perguntar sobre um pintor? Coração fez "tum..tum..." e o sorriso da avó de encantamento, então... Esta menininha morena, de olhos negros, grandes, de cílios espessos e boca bem desenhada, tem seu encanto, sem falar da simpatia. É minha companheirona, em Bauru. Como faz "coral e violino, no Projeto Guri, ao assistirmos concertos pela Internet, vai me explicando que violino tem braço, pescoço...vocês sabiam? Mas como despertou este entusiasmo pelo Romero Brito?
No feriado "de Bauru", me bateu uma vontade de ir a São Paulo visitar minha filha, genro, neta. Só para bater papo, matar saudades, sem data especial. Mas, eram quase quatro horas da tarde. Bem,aí a nossa área de conforto, de sonho envelhecido, nos faz aquela famosa pergunta:mas agora ? Já, já escurece; não arrumei nada. Mas eu retruco, com vigor. Por que temos que arrumar as malas às pressas, abastecer o carro, calibrar pneus rapidinho, só mediante doenças, ou perdas? Não nos permitimos, "dar uma de louca " pelo prazer? Ah....venci. E lá fomos nós pela Castelo no entardecer, observando as cores esmaecidas de um Sol que se despedia entre árvores e montes, mas que nos prometia toda a sua luz em um novo dia.
Eu amo dirigir na estrada, minha filha Elô é boa no volante, carro bom, por que não? Ah...ainda temos o suporte do Pedrão, que é o GPS da família .Sabe tudo!
Para completar a aventura minha filha Path nos surpreendeu. Vamos descer para o Guarujá. Aí vem...a água vai estar um gelo! E daí?  Praia não é só mar. É jogar conversa fora, encontro, risadas, descontração," drinks", petiscos. E a brisa que vem do Oceano, renova a alma, nos faz suspirar.
Cheguei no ponto. A Path vestiu sua canga Romero Brito, presenteou a irmã, com outra tão linda quanto. A Mari, também comprou a sua e a nossa barraca ficou toda colorida, alegre. Esta menininha observadora, e que é bem espertina, pensou...gosto disso. Gosto do Romero Brito.
Nós nos encontramos com sobrinhos, amigos que estavam pela redondeza. Só alegria!  Bom, estavam Valentine e Maria Eduarda. Alguém duvida que  entraram naquela água gelada? Só pra testar, mais um pouco.  Quem as acompanhou, pulou ondas, rodopiou, cantou, deu gargalhadas, segurando em suas mãozinhas? Até hoje eu sinto a delícia daquela água fria, em mim. Às crianças o nosso tempo, o nosso sorriso, o nosso entusiamo, o nosso acreditar....
"Anjinho da Guarda, meu amiguinho, me leve sempre para o bom caminho, viu?" Bom soninho..ahhhhh

Por hoje é só...."quem quiser que conte outra"



Lembranças....

Amigos," com o olhar do cotidiano"... fico imaginando, que esta troca de foto do perfil, em homenagem ao dia das crianças, pode não ser apenas uma troca. Neste movimento de ir a procura de... se faz memória da família, de amigos, de momentos e lugares inesquecíveis, de pessoas queridas. Ainda aconteceram diálogos entre pais e filhos, esposo e esposa, amigos, sentados no chão, escolhendo as fotos bem devagar, degustando as lembranças..., tirando fotos da foto, colocando no face. Quem sabe se pediu perdão,agradecimento, lágrimas, sorrisos, ternura. Saudade daquele vestido, daquela casa, daquele brinquedo, do jardim, dos almoços de domingo. Até sentimos o cheirinho do café, do pão quentinho, do bolinho de chuva, da macarronada com frango. Ah...dos Natais, da primeira comunhão, dos aniversários, do nascimento dos irmãozinhos... Assim é, podemos apenas passar pela vida, ou, dar sentido, a cada gesto e torná- la muito mais intensa, mais leve, mais terna. Só depende do jeito de olhar, de sentir....Do cotidiano....Boa noite

Olynda