O dia seguinte...



    Não gostamos de perder. A derrota nos aflora todas as frustrações, carências, projeção de bem estar, saciedade de felicidade e do ego.
    É um olhar mais triste, uma angústia no peito, uma inquietude, um nó na garganta e uma pergunta que não se cala: por quê? Temos a convicção de que a nossa opção seria a mais acertada ao nosso querido Brasil. Cinquenta milhões estão se sentindo assim, não é? Eu sei como é. Todos queriam o melhor para o Brasil, cada um do seu jeito.
    Que haja manifestações de desalento, luto, desapontamento é válido, democrático e autêntico. Discordar, sim, julgar, atirar pedras sem vestir o sapato do outro é temerário. São pontos geográficos que nem sequer sonhamos como seja, o viver dentro dele. Voto democrático, voto de cabresto, curral eleitoreiro.. de agradecimento...não sei... Como descriminar o Nordestino por ter reconduzido a presidenta Dilma, ao segundo mandato, se na mesma família, com situações sócio econômicas idênticas, não houve unanimidade no voto? E que bom que seja assim! Eles merecem o nosso respeito, sem insultos. Não gosto nada desta divisão de pobres, ignorantes, como apregoam alguns. A sabedoria não está na conta bancária, Abomino tal discriminação. A história nos dirá ... A vitória mais apertada que se tem notícia.
     Neste imenso Brasil, ainda tão desigual, constatamos necessidades, cultura, jeito de viver, oportunidades diferentes, os quais nos mostram que no Brasil, embora tenha caminhado neste sentido, há muito o que se fazer. E sempre haverá redutos eleitorais, tradição de voto, independente do progresso do Estado. Os candidatos nos prometeram um “céu de brigadeiro”, que ele desça até à terra. Esperamos por mudanças.Nem tudo é um mar de rosas. Como diz um escritor amigo."este mar tem de tudo".
      Já se falou muito da corrupção não avaliada, dos projetos inacabados, da mídia tendenciosa e muito mais... mas, no meu “olhar cotidiano” vejo uma boa oportunidade para se formalizar uma forte e bem intencionada oposição, que desapareceu, encolheu. Não se pode desprezar 50 milhões de votos. O paradoxo, o contrário solidifica um Estado Democrático. Uma oposição que veja a política como ciência, como bem público, e não apenas na esfera partidária. Gostaria mesmo que surgissem novos líderes, novos pensantes, que não desculpassem o desgoverno, mas que o transformasse.
      Há cacos a serem catados e realinhados. Há um país rachado por “n” razões. Há uma economia capengando, com Ministro da Fazenda demitido. Há muito que se apurar e realizar. Que possamos ao final de mais 4 anos pensar...foi melhor do que eu esperava. Que tenhamos outra visão na Educação, no caos da Saúde e por aí vaaai....
     A benção de Deus teremos sempre. Meu desejo é que os governantes façam a parte que lhes cabe e nós façamos a nossa como cidadãos, pois o Brasil se constrói neste caminhar de direitos e deveres regados com a água da tolerância e do amor comunitário. Água esta, tão escassa quanto a que nos sacia a sede do corpo. Boa semana. Abraço da Olynda.

                                                  Olynda Aparecida Bassan Franco