12 de ago. de 2018

Tributo à d, Rosa, no meu adeus.

Aos 80 ...90 anos...há vida pela frente...
D. Rosa chega com sua saia xadrez intercalando os tons de vermelho, nude, verde – água com listinhas, meia preta 40 fios, sapato scarpin combinando com o casaco de lã, cachecol, contando da alma jovem desta mulher. Vem acompanhada da filha Adeneides em uma noite fria para me abraçar pelo aniversário. Vamos falando da vida, de suas histórias que preenchem o ambiente de ternura, de entusiasmo. A penas há dois anos, então com 80 e o “seu” Aristides com 90 anos interromperam suas viagens a Bahia, de ônibus, com duração de dois dias e meio. Contam com a naturalidade de quem ama a vida.
Ao sentar-se para o lanche comenta que a minha casa parece uma casa de boneca e acrescenta : “ eu também quero trocar minha cama, cansei dela. Quero comprar um sofá claro, mas meus filhos não deixam. Querem que eu deixe o dinheiro para comida, roupa para ir à igreja e passear, doença. Pra quê? Já disse que tenho recursos pra tudo isto. Eu entro na conversa... Pois d. Rosa realize seus sonhos. Sinta o prazer de olhar seu novo sofá, de deitar-se em uma cama mais moderna. Como não? Com 82 anos curta seu encantamento. Deixe brilhar seus olhos pelo gosto e gratidão de viver. Eu respondo : Pra ser feliz. A filha se rende. “Tá bom, mãe, renove seus móveis, siga as palavras da d. Olynda rsrs.
Na pessoa da d. Rosa e do “seu Aristides, minha homenagem aos que envelhecem, sonhando com a vontade expressa na lucidez da graça de se reconhecer ativa, amante em qualquer época de sua existência. Beijo “vôzinhos” , como são chamados pelos netos e bisnetos com ternura no falar. Abraço da Olynda. Amei sua visita. Minha alma quis falar...
   Hoje mora em outra dimensão...ficou a saudade e o exemplo de um grande mulher, apaixonada pela vida,

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