19 de out. de 2016

Primavera peregrina


     









                  





Primavera peregrina



  Caminho abraçada às flores
  da bordadura dos meus canteiros.
   Ouço na brisa o ruído das cores,
  nos pés o estalar das folhas
  secas do outono, nas mãos
  colhedeiras minha primavera.
  No néctar que deixo, pousa em
  mistérios, borboletas sonhadoras

  Nas pegadas, ramalhete de
  sonhos em botões, espalho,
  como peregrina sementeira.
  Voa o pólen de flores
  parasitas, que enlaçam a alma
  de amores e aromas.

  Sou poema das cores
  da montanha que transponho,
  do orvalho azul da paz,
  das águas que cantam.
  Sou esperança que hiberna
  no inverno como videira,
  e floresce na primavera

  Nos galhos secos retorcidos implodem
  flores frisadas em sensibilidade,
  como a pele que me veste.
     Sou Primavera!

      Olynda Bassan

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