19 de out. de 2016

O que faço?

O que faço?

O  que faço?

  Se os seus lábios
  se prolongam nos meus?

  Se o perfume não se evapora
  Passa o tempo, passa.

  Se tua retina se desenha
  nas cores da poesia?

  Se amanheço em ti,
  antes de orar?

  Se no Ipê te reinvento?
  Florido, presença. Seco, ausência

  No Sol, vida que  incendeia
  No crepúsculo, saudade

  O que faço?
  Se és estuário do meu rio
  em sonhos e desejos?

  Se não encontro saída no
  labirinto que há em ti?

     Olynda Bassan

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