4 de abr. de 2016

Porta entreaberta

            









               Porta entreaberta


   Gira, gira o mundo em  ciclos.
   Lua cheia prateia.O  Sol doura a vida.
   As marés balançam o mar.
   Ciclos findos: vida que  renasce.
   Ciclos partidos: porta entreaberta.
   Respira-se passado, saudade
  

   No apego sofredor  se distancia
   e se regressa,  à mesma fresta.
  Amores mal resolvidos na alma
   carente, silencia a poesia
   do hoje e do amanhã,
  

  Sonhos não resistem ao passado 
  arrastado, sem roteiro, nem lugar.
  No viés se sofre de novo e de novo.
  Catarse do não.

 Na coragem de se chavear a porta,
 na  lágrima  ao som de um trinco,
 se arvora o desapego; nova história.

 A  vida quer vida, nas possibilidades 
  do  poema novo que se tece. 

                          Olynda Bassan









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