21 de fev. de 2019

Minha fonte_ meu sonho

                                       O murmurar da cachoeira


      Surpresas, alegrias ou tristezas surgem num piscar de olhos. Tudo passa e tudo pode chegar.
Existem sonhos tão simples, mas adiamos a concretude pelo custo, nem tão alto, mas há opções na cadeia de prioridades. “ depois eu compro”. Assim acontecia com o meu gosto em ter uma fonte. Pequena, mas que entrasse na minha sala, no meu quarto - sei lá - resolveria quando a trouxesse embrulhadinha, carregando-a com o maior cuidado do mundo.
E como tudo pode chegar...
Era aniversário do meu cunhado José Aurélio, na Barra Bonita. Peguei estrada e lá fui eu. Explorando o quintal, admirando as orquídeas da minha irmã, o pomar em vasos, o minhocário, me deparo com duas fontes apagadas, silenciosas, num canto. Pensei alto.... “quanto tempo sonho com uma fonte”. A Bruna estava por perto... contou para o meu cunhado. Ele, prontamente, me disse que poderia levar uma, mas não sabia se estariam funcionando. Lógico, que rapidinho, vivi a experiência de ouvir a água jorrando, as luzes brilhando. Ô alegria! O aniversariante era ele - eu ganhei o presente. Obrigada de coração. Ganhei meu dia.
No barulhinho das águas que caem e voltam, quero me lembrar do murmurar das cachoeiras que visitei, que me revigoraram com a massagem da queda. Quero imaginar aquelas que rondam meus sonhos, as que encantam as chapadas e até pertinho de Bauru. Entrar no rio com roupa e tudo, lavar as marcas da pele, as cicatrizes do tempo, revigorar o ânimo, elevar as mãos em forma de prece. Abrir os braços, erguer em direção ao infinito e gritar ao mundo....Obrigadaaaa !!! E me secar ao Sol, no caminhar que prossegue em trilhas e curvas.
Quero me deitar na penumbra da noite, no silêncio da casa, me recolher na solidão de minha alma. Cerrar os olhos e sentir meu corpo relaxar... acalmar a ansiedade na respiração profunda e pausada, de quem enxerga seus limites e seus exageros. Repousar no espírito, no momento que Deus me presenteia. É só dizer SIM...
Eu preciso disso...
Ah, a fonte está no meu escritório... que o som do movimento das águas me inspire, me faça escrever a alma, o encontro comigo mesma e com os outros. Que eu possa, nas cores da luz suave que se alternam, entender que a aquarela dos dias tem muitos tons. Há cores de sombreamento e outras de luminosidade.
Em prece, rogo para que eu não perca o encanto na alternância de cores e brilhos.
Abraaaçooooo da Olynda.

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