12 de set. de 2018

Museu Nacional - Homenagem

Minha homenagem...Museu Nacional
No meu verso...um lamento...
Queimei...queimaram-me
Sou cinzas...sem Fênix
Sucumbia...ignoraram-me
Gritei...fizeram-se de surdos
Denunciei...mãos encolhidas
Socorro...Cultura sem voz, nem vez.
Resisti...como um mandacaru
Feneci...no descaso dos homens
Suspiros embevecidos...calaram-se
Tesouro esplendoroso... desvalido
Soluços enegrecidos...fumaça, silêncio
Lágrimas incandescentes...minha face desfigura
Beleza...eu a tinha num semblante majestoso
Em cada canto ... um encanto da História.
Desolação...em cada fagulha que se apaga
Esforço, pesquisa... arquivo da humanidade
Águas destroem sementes e frutos... escuro deserto
Me resta o luto...às sombras da Ciência
Labaredas...serei luz para preservação de outros?
Hoje a bem-te-vi não cantou nas Palmeiras Imperiais
A chama crepitante não aquece os pesquisadores
nas noites frias das florestas e nas escavações gélidas.
Ilumina os destroços da angustia cultural inenarrável.
Restauração...novo teto, novas tintas...apenas moldura
Acervo irrecuperável...folhas mortas,
quebradiças pelos pés daqueles que
esmagam a escrita, a Cultura de um povo.
o enredo da História mundial.
No arquivo vivo que se foi...não verei a Fênix.
ganhando o céu com a envergadura de suas asas.
“Agora é cinza, tudo acabado e nada mais...
o sopro do passado se desfaz
Eu chorei”... Saudade...
Olynda Bassan

Nenhum comentário:

Postar um comentário