14 de nov. de 2015

Salvador, minha incógnita

               

                                    


          “ O que os olhos não veem, o coração não sente”.
                                            Ainda assim...
             Olhares convergem ao mesmo ponto; corações pulsam em emoções diferentes.
      Nas viagens turísticas nos oferecem vários pacotes de passeios. E o que me chama a atenção é a dualidade, a alternância de opiniões sobre o mesmo local. Alguns amam, outros, detestam. De acordo com minha disposição e disponibilidade faço minhas escolhas de coração aberto. O ir me fascina, me alegra, o chegar já existe.
      Torna - se viva a fala de Carlos Drumont “ ‘ Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho impar”.
Retorno de mais uma viagem fantástica, não só pela natureza exuberante do nosso país, mas pelo encontro de almas amigas e memoráveis. Sentir-se amada, é o alento que me presenteiam, envolta em nuvens de ternura. Agradecer, como? Em oração contínua, com a força da Fé.
Recife, Caruaru, Triunfo, João Pessoa e enfim, pouso em Salvador. Cada canto, seu encanto; em cada olhar a vibração pelo encontro, pela amizade virtual que vai se tornando presencial, purificada no fogo como ouro.
        Salvador era a minha incógnita, confesso a vocês. Havia ambiguidade nas informações. Criticavam a limpeza, a higiene da cidade. Me colocavam medo quanto ao assédio dos ambulantes no Pelourinho. A expectativa pairava no ar.
      Acompanhada pelo querido amigo e escritor Márcio Leite, guia nativo, amante e conhecedor da história de Salvador visitei o Centro Histórico da cidade, subindo e descendo ladeiras, inebriada pela narrativa de como e onde começou a vida em Salvador. Passar pela “baixa do sapateiro” cantada por Cayme foi emocionante Tive a grata surpresa de encontrar ruas varridas, limpas. Praças cuidadas sem lixões. Muitas equipes de limpeza, policiamento em pontos estratégicos. Quanto aos vendedores, nada de excepcional. Muito mais insistência vi em outros lugares, inclusive na Europa. São simpáticos, educados, como bons baianos.
       Muitos prédios sendo restaurados, outros tantos a espera de recursos e vontade política. A história desvalorizada me entristece. Há muito o que se fazer. Como deixaram deteriorar, não é com qualquer tostão que se restaura. A rede Fasano está revitalizando o histórico prédio do Jornal da Tarde, para a instalação de um hotel cinco estrelas, preservando as características da histórica construção. Há um hotel que se chama “A casa das portas velhas” Pura poesia e tradição. Este nome dá crônica, poesia rsrs
       Ah! Andamos de metrô também. Foi, ou não foi, um turismo diferente. E como Márcio Leite, anda rsrs. E eu... com fôlego. Sua operação é recente depois de anos e anos de espera. Está lindo, bem cuidado. Funcionários orientando os usuários quanto à segurança. Espero que tudo isto seja conservado. Por enquanto é gratuito. Fase de experimentação. A linha 1 está sendo ampliada e a linha 2 em construção, interligando o aeroporto à cidade. Fato muito importante.
Percorri a cidade baixa/alta; bairros nobres/ humildes e trago a melhor das melhores impressões de Salvador. Amei esta cidade de orla imensa, exuberante com problemas urbanos como qualquer outra, também na violência. Maaas é linda!!! Alguns que lá estiveram e não gostaram devem estar se perguntando : “Que Salvador é esta que a Olynda viu”? Outros estarão sorrindo com saudades, como  eu. Enfoques e épocas diferentes.
        À noite, meu novo amigo querido, que se tornou presencial, Augusto Coelho me apresentou com entusiasmo impar, a orla toda revitalizada com iluminação, calçadões, áreas de lazer, também para crianças. Vi a casa de Vinicius de Moraes. No jardim tem sua estátua, com uma cadeira ao lado para um papo com os turistas. Como era noite achamos prudente não parar.
       Salvador é poesia, é ser poeta em cada olhar. Em suas águas azuis a paz, no verde esmeralda a esperança. As águas do mar beijam o céu num horizonte em perspectiva de junção de belezas. Ao contemplar o mar de Salvador as palavras se escondem sabedoras de sua inutilidade. As conjunções exclamativas embargadas no peito explodem em emoção e gratidão. Entendi de onde vem a calma do baiano. O mar é o antidepressivo natural e de graça. Ele embala, canta na brisa e no rebentar das ondas na areia fofa escaldada pelo Sol.
      Obrigada família Leite, Gross, ( Inesquecível) Manoel, Augusto Coelho por me transmitirem o seu amor por Salvador. Estamos todos saudosos, não é? Como não retornar?
Voltarei por onde passei. Não em turismo, mas em viagem para matar saudades de queridos e ternos amigos. Deixo em Recife: a família da acolhedora Luciana; a Lú, simpática secretária; Ricardo, amado sobrinho. Em Caruaru: a família da querida e presente Onilda; em João Pessoa: meu querido amigo Paulino. Ao escrever sinto o sorriso acolhedor de cada um. Abraço da Olynda

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