13 de set. de 2015

"Vidas que se acabam a sorrir"


Ao me deitar a música  'Luzes da Ribalta" me veio à mente e com ela vieram os "refugiados". Eu me levantei e teci esta poesia, triste, mas poema.








“Vidas que se acabam a sorrir
 Luzes que  se apagam e nada mais”


Noite fria, já é amanhã, ainda escrevo.
A música me faz  lembrar  dos “refugiados.”
Vidas vão sendo ceifadas pelos mares encapelados.
Ondas se projetam ao céu. Desconhecem o inferno
Das almas que navegam... Nada, é o mais...
Nada deixam... Pátria,  casa...
Nem provedores.  Será que saudades?
Quem sou?  Um errante?  Um rótulo?
Carrego o de “refugiado” Um número.
Expurgo de um nome, de uma identidade
Sem rosto. No meu nada;  estatística.
Sonhos alimento no direito à  VIDA
Um canto  aonde vejam  minha humanidade.
Travessia doída.  Mãos se desprendem como                                     
Laços de fita seccionadas no  sangue da esperança
Rostos que se distanciam, olhares se afastam.
No meio do mar; queima a pele, a alma
Sem alimento, sal em demasia. Massa de gente
Cadê meu menino? Cadê meu pai? Minha mãe?
Cadê minha boneca, minha bola?
Um  nome...uma brincadeira...
Na terra prometida, o meu MANÁ!
Não desisto do meu “TUDO”
Sou GENTE! Sou Esperança!

                                                             Olynda Bassan







Nenhum comentário:

Postar um comentário