Ao me deitar a música 'Luzes da Ribalta" me veio à mente e com ela vieram os "refugiados". Eu me levantei e teci esta poesia, triste, mas poema.
“Vidas que se acabam a sorrir
Luzes que se apagam e nada mais”
Noite fria, já é amanhã, ainda
escrevo.
A música me faz lembrar
dos “refugiados.”
Vidas vão sendo ceifadas pelos mares
encapelados.
Ondas se projetam ao céu. Desconhecem
o inferno
Das almas que navegam... Nada, é o
mais...
Nada deixam... Pátria, casa...
Nem provedores. Será que saudades?
Quem sou? Um errante?
Um rótulo?
Carrego o de “refugiado” Um número.
Expurgo de um nome, de uma identidade
Sem rosto. No meu nada; estatística.
Sonhos alimento no direito à VIDA
Um canto aonde vejam
minha humanidade.
Travessia doída. Mãos se desprendem como
Laços de fita seccionadas no sangue da esperança
Rostos que se distanciam, olhares se
afastam.
No meio do mar; queima a pele, a alma
Sem alimento, sal em demasia. Massa
de gente
Cadê meu menino? Cadê meu pai? Minha
mãe?
Cadê minha boneca, minha bola?
Um
nome...uma brincadeira...
Na terra prometida, o meu MANÁ!
Não desisto do meu “TUDO”
Sou GENTE! Sou Esperança!
Olynda Bassan
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