18 de nov. de 2014

Meu sapato e o sapato do outro










                       O meu sapato e o sapato do outro




 D           Delicia...escolher sapatos!!!!  Em cada estação do ano a procurar o conforto para os nossos pés, sustentação do nosso corpo.
    Para  escolhê-los  temos nossos critérios e um carinho enorme. Calçamos, olhamos, desfilamos em frente ao espelho, sob o olhar atento do vendedor...” será   que vai comprar?”  Já na expectativa do final do cansaço no subir e descer caixas...  UFA!!!!
                Escolher pelas cores...  de acordo com o nosso estilo. Os que não brigam com nenhuma roupa, os nudes.  Ou,  aqueles bem coloridos, contrastantes com a roupa. Só para se ter glamour. O sapatênis  para a bermuda, o sapato de verniz, de couro,  para o terno, para o smoking, para o vestido, sandálias...
               Logicamente pelo tamanho. Cada um tem seu número. Pés diferentes.  Até no mesmo número os pés não serão idênticos. Podem não se ajustarem. Histórias diversas.   Os pés  reagem de maneira diversificada, ao couro que o reveste.  Ah! tem o preço. Cada um sabe o tamanho do seu bolso. Alguns compram em dólar, outros em real e ainda outros em centavos, nos brechós  da vida. Mas... sem sapatos não ficamos.
          Pensamos na finalidade.  Esportivos,  do dia a dia,  sapatos de festa, modelos exóticos.  Alguns são leves, abertos, delicados. Outros amarrados, fechadinhos, conservando o estilo das botinhas das vovós... Semelhanças com nossas personalidades,  com o jeito de encarar a vida; será mera coincidência?
               Dizem que as mulheres não pensam muito em conforto, não.  Tentamos conciliar beleza, estilo e conforto, como não?
                Escolhemos sapatos, escolhemos ações, atitudes; assim é a nossa vida.  Isto é o viver. As escolhas fazem parte do nosso cotidiano, e carregam as suas conseqüências. Se eu escolher um sapato sem muito cuidado, sem dar-lhe a atenção merecida, aleatoriamente,  poderá apertar meu pé,  fazer bolha e estragar a festa .     
              Relacionamentos  também têm seus estilos: assertivos, raivosos, rabujentos,  comunitários, isolados, onde se vê apenas o próprio umbigo. Para se enxergar o outro, e não apenas olhar, colocar-se em seu lugar,   vestir a pele da dor e alegrias por empatia,  usamos ferramentas  auxiliares, como o auto conhecimento. Olhamos com humildade para os nossos próprios pés, antes de reparar, de julgar o do vizinho?
               Este processo é gradativo, mas não impossível.  Encontrar a marca de sapato, que melhor se ajuste aos nossos pés, pode levar um tempo.  Neste momento encantador renovamos nossa sapateira, nossa alma.
     Para se colocar  no lugar do outro se desce do salto, das certezas, do pilar da soberba.  Desatar as correias de nossas sandálias, chacoalhar para se tirar a poeira das terras  velhas, é preciso. Colocar no lugar do outro me vem a imagem  de  nos abaixamos para conversarmos  com uma criança...Ficar   do seu tamanho.
               Caberá o sapato do outro, em  pés desnudos, descalços...


                                                              Olynda Aparecida Bassan Franco








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