25 de ago. de 2015

muro, ou ponte







Muro, ou ponte!!!

Saio da copa, da sala, deixo o celular. Sento- me na escada sombreada por muros descascados, esmaecidos pela chuva, pelo tempo. Tomo um drink, sozinha, que me importa? Hoje é sábado. À minha frente um paredão cinza, mas imponente que não me deixa ver as árvores, flores dio Zoológico. Ah! Parede de concreto! Você pode ser meu eu, meu ego aprisionado, contrito, confinado em mim, na luz que não se expande, que não gera calor.. Um obstáculo intransponível, o qual me insere num mundo minúsculo, nesse Universo imenso. Um olhar cerceado, sem sonhos e querer. Ostracismo fincado.
Opa! Vejo uma folha verde - cana de uma amoreira contumaz no seu desejo de crescer na fresta do cimento duro da escada.. Esperança! Há vida neste lugar.
Olho para a pilha de tijolos e penso que ela pode ser o que eu quiser. Por que não?
Projeto nele os paredões de Torres, o arco esculpido pelo tempo, em Capri, as belezas do Brasil, mar e sertões, o lago da minha cidade, a voz da minha vizinha.
As grades marrons? Não mais lembranças de prisão, de isolamento. No meu imaginário me são apoio para escalar e transpor em busca de horizontes, templo de momentos de prazer, de ser feliz, de gratidão. De encontros com pessoas nas quais sentirei o que tenho de melhor e o meu pior. Nas trincas deste reboco, minhas cicatrizes, minhas rugas, marcas de um tempo, que não me espera.... Passa!
Ainda há vontade, ânimo para tornar muros em pontes. Como dizia minha neta " lá vu eeeeuuuu". Nossa! Acabou meu drink e nem percebi. Mas escrevi minha crônica. Tenho roupa no varal...desço as escadas, por ora....
Bom domingo. Abraço da Olynda.

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