3 de jan. de 2014

As taças que existem em mim


    Um brinde
       
               Gratidão!

                     Às taças que existem em mim.


Com o sol, raiando há algum tempo, no primeiro dia do ano de 2014, me deparo com minha amiga Gina Sanchez, instigando os amigos do face. - “Por onde começar meu Ano Novo”? Bastou, para virar minha chavinha de blogueira rsrs
       De manhã, mas nem tanto, entro na cozinha, penso em sua frase. "Por onde começar o meu ano novo?  Bom... Por hora, guardando as taças, organizando a 'baguncinha" deliciosa da festa.  Que por sinal, foi maravilhosa!  Meus filhos foram acordando e recebendo meu abraço de agradecimento; “obrigada pela noite encantadora que vivi; que senti ao seu lado.
      A prioridade é pelas taças mais finas, as quais não quero que se quebrem. Trazem lembranças do noivado, outras das “bodas de prata.” São quase antiguidades”. Uma amiga, brincando,  me diz que eu respiro crônica, poesia. Sendo assim, tenho um reolhar , desta manhã. Começo o ano, guardando minhas taças de cristal valorizadas pelo meu olhar do cotidiano. O passado faz parte de mim.Não fujo, não me envergonho dele.  É a minha taça. Não me aprisionando; valorizando o que me construiu. Os mais sublimes relacionamentos, as mais agradáveis surpresas, o meu melhor momento de autoconhecimento, o meu mais intenso amor, minhas amizades, família, minha alegria em viver, os conflitos, “trilhos” difíceis de serem transpostos, trabalho, minha Fé.  Cada um sabe da taça que o toca, que se faz merecida de ser guardada, antes das demais.  As taças podem ser de cristal, de vidro, louça, cerâmica; mas são taças. Símbolo de brinde, de celebração. Trago para 2014  o que me foi leve, o que me fez crescer, o que me fez mais "gente", o que me aproximou de Deus, de mim, do outro... Trago para 2014  o que me fez celebrar.
    Cavo um espaço grande em minha talha, para o novo, por ideias, por relacionamentos, por ressegnificados....
    Interessante o que me revela o dia seguinte. Antes do dia 31, prometo me desapegar, limpar gavetas, armários, jogar lixo entulhado, do espaço físico, da minha alma. Mas ao arrumar a casa, tomo em minhas mãos uma bonita garrafa de espumante, de vinho, vazia, e mesmo morando em apartamento tenho a tentação de guardar;   começando a ocupar espaços, recentemente abertos. “Fico com dó de jogar, até no reciclável.” Poderia ser um vaso, mesmo tendo outros.  O que dizer dos meus apegos, então?
    O depois me leva a descobrir o que foi essencial na minha virada do ano. O que foi importante, o que foi supérfluo. Ele também me faz sorrir, ao me lembrar das luzes, e mais luzes, dos abraços; dos que foram possíveis,  das pessoas que gostaríamos de ter abraçado; nossos amigos virtuais, os  distantes, os que se foram. Do riso invadindo a sala.
     Com este reolhar da vida, no dia seguinte; faço um brinde e sinto gratidão por todas as taças presentes em mim, por mais de seis décadas de existência. Taças que encheram minha talha de vida, de experiência, de crescimento, de valor... Taças da dúvida, da incerteza, do medo... Taças que foram bálsamo quando cai e me esfolei na vida. E foram taças ao brindar, quando me pus de pé. Nenhuma talha se basta por ela mesma. Não se abastece a talha na solidão, no ostracismo, no egoísmo.   O barro seca e se parte. Hei de cuidar de vocês, preciosas taças, como o mais fino cristal, a mais rica lembrança, o mais intenso presente.
  Ah... já ia me esquecendo, Gina: por onde começarei meu ano novo, mesmo?
     Pelo brinde lindo, lá de cima rsrs !
   

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